O ministro da Administração Interna alertou hoje para o elevado risco de incêndios florestais, antevendo que 2023 vai ser um ano “mais exigente” do que 2022, entre outros fatores, devido à seca meteorológica, que afeta sobretudo o Sul.
“O ano de 2023, pelas condições que estamos a observar, vai ser um ano mais exigente do ponto de vista dos incêndios florestais por causa das condições climatéricas, da seca, e, sobretudo, dos ventos que se constituem” na região do Algarve, afirmou José Luís Carneiro.
O ministro da Administração Interna falava aos jornalistas à margem da apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) 2023, que decorreu em Portimão, na Feira Internacional de Proteção Civil e de Socorro de Portimão (AlgarSafe).
Questionado sobre se o baixo nível da água nas barragens da região poderá afetar o abastecimento de água para os meios aéreos que combatam incêndios no Algarve, o governante garantiu que não está colocada em causa essa disponibilidade e que a escassez de água deverá repercutir-se em “muitas outras utilizações”.
José Luís Carneiro aproveitou para apelar à consciência da população, alegando que a maioria das ignições estão relacionadas com o uso negligente do fogo, razão pela qual é necessário um cuidado acrescido, sobretudo nos dias de maior pressão, porque “por mais meios que o país tenha, serão sempre limitados para o conjunto das necessidades”.
Quando questionado sobre se o Governo está a ponderar decretar o estado de calamidade devido à situação de seca que se vive no Alentejo e no Algarve, o ministro argumentou que as suas atribuições são a prevenção e combate aos incêndios florestais e que essa determinação tem de ser articulada com as autoridades comunitárias.
Durante a apresentação do DECIR, o comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve disse que este ano serão integrados no dispositivo aéreo regional de combate a incêndios dois aviões bombardeiros médios que ficarão localizados no aeródromo de Portimão.
De acordo com Vítor Vaz Pinto, estão reunidos alguns fatores que podem elevar o nível do risco de incêndios florestais na região, nomeadamente, a seca meteorológica severa ou extrema, que se estende a todos os concelhos do Algarve, e o baixo nível de água nas barragens.
Na ocasião, o ministro da Administração Interna referiu que, em 2023, haverá nos cinco comandos regionais de Emergência e Proteção Civil representantes institucionais e personalidades com competências técnicas para integrar uma equipa multidisciplinar que permita reforçar a resposta aos incêndios com maios complexidade.