O Governo pode ser obrigado a recorrer ao ajuste direto para adquirir meios aéreos para os incêndios devido à atual escassez e preços elevados observados no mercado, admitiu hoje o ministro da Administração Interna.
“O Ministério da Defesa tem vindo a realizar os diferentes procedimentos de aquisição e já foi duas vezes ao mercado. Tem sido um mercado difícil, porque há escassez de meios aéreos e os que há estão a solicitar preços muito acima daquilo que eram os preços praticados até há pouco tempo”, afirmou José Luís Carneiro.
José Luís Carneiro falava aos jornalistas, em Fafe, no distrito de Braga, onde hoje assistiu a uma ação de sensibilização para a limpeza e proteção da floresta promovida por meios da proteção civil, incluindo a GNR, no mercado semanal da cidade.
Para o ministro, se o Governo “verificar que não tem condições para, [no âmbito] do procedimento de concurso público, ter os meios necessários para as operações, terá de recorrer ao ajuste direto, para poder responder às necessidades de mobilização dos meios aéreos, para um ano que vai ser especialmente exigente e difícil”.
Sinalizou, a propósito, que as previsões apontam para um 2023 “ainda mais exigente do que 2022, no que respeita às temperaturas”: “Tivemos o mês de fevereiro mais quente de sempre, tivemos picos de calor em abril, que são dos mais altos desde que já registos. Temos 34% do território nacional em seca severa ou seca extrema”.
Por isso, referiu, o país deve estar unido “neste esforço nacional” para promover limpezas de segurança, para ter acautelas no uso de fogo e no uso de máquinas.
Carneiro observou que este ano há “mais meios humanos, mais meios materiais e mais investimento” no dispositivo de combate aos fogos rurais.
O ministro assistiu hoje a uma operação de meios de combate da região do Vale do Ave, envolvendo várias corporações de bombeiros, que incluiu um fogo controlado na zona serrana do concelho de Fafe, destinada a preparar o dispositivo para época alta de incêndios.