A GNR esteve durante esta quarta-feira a fazer prevenção para evitar afogamentos de crianças e jovens, desta vez na Albufeira da Caniçada, em Terras de Bouro, com o Destacamento Territorial da Póvoa de Lanhoso, que também integra Terras de Bouro.
Neste período de veraneio, em que aquela zona do Gerês é das mais frequentadas do Baixo Minho, a GNR, com base numa campanha conjunta com a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), está no terreno, tendo em conta que no triénio de 2020/21/22 os números de mortes subiram bastante, ao todo pelo menos 45 crianças perderam a vida, que dá uma trágica média de 15 mortes por ano, a nível nacional, cifras que quer a APSI, quer a GNR, quer as autarquias querem inverter.
No triénio anterior, 2017/18/19, a média de mortes por ano era cerca de metade, isto é, de 7,3 mortes anuais, mas face à “subida assustadora, em que perderam a vida num acidente perfeitamente evitável a maioria das vezes”, está esta campanha já na rua.











A Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), há mais de 20 anos que leva a cabo a Campanha de Prevenção de Afogamentos de Crianças e Jovens em conjunto com a GNR, tendo lançado uma vez mais, no terceiro ano consecutivo, a Prevenção de Afogamentos, alertando para a forma de ocorrência do acidente: “a morte por afogamento é rápida e silenciosa!”.
“O objetivo é sensibilizar as famílias para a importância das regras de segurança a respeitar junto da água, nomeadamente, nas praias, rios, barragens, piscinas ou tanques, dando-lhes a informação certa para que possam proteger as suas crianças e alertar para a ínfima quantidade de água que é suficiente para o afogamento de uma criança ocorrer”, ainda segundo a APSI e a GNR.
“A APSI e a GNR em conjunto pretendem sensibilizar e evitar que haja mais vítimas, não se podendo manter o silêncio, quando o número de mortes aumenta significativamente e os telefonemas para o 112 logo reencaminhadas para o INEM (por afogamento e acidente de mergulho) acompanham assim esta tendência devastadora”, segundo salientam ambas as instituições.
“Para esse efeito, a Campanha de Prevenção de Afogamentos de Crianças e Jovens de 2024, com a chancela de qualidade da Havas Portugal, alerta para a diminuta quantidade de água que é suficiente para que o afogamento de uma criança aconteça, bem como chama a atenção da sociedade para este problema de saúde pública”, tendo O MINHO seguido a ação na Caniçada.
GNR aposta tudo na prevenção
O comandante do Destacamento Territorial da GNR da Póvoa de Lanhoso, capitão Adelino Silva, explicou “estamos a interagir com as crianças e as famílias, alertando para todos os problemas que existem na relação da criança com o meio aquático, pois a GNR preocupa-se muito com os afogamentos, fazendo um trabalho que continuará sempre durante todo o período de verão”.
“Esta operação desenvolve-se a nível nacional, começou já no início de julho e terminará em finais de setembro, sendo que no caso do Gerês temos a problemáticas das praias fluviais aqui na Caniçada e das cascatas”, acrescentou aquele oficial da GNR.
“O nosso enfoque é para as famílias não deixarem as crianças isoladamente junto da água, que as crianças não fiquem sozinhas nunca, para além de frequentarem as praias concessionadas, desde logo por terem vigilantes”, afirmou o capitão Adelino Silva.
“Outro grande alerta é o contexto familiar, em que um pequeno recipiente com água, ou a pequena piscina, é um grande perigo, permanente, para os bebés, que começam a gatinhar, não tendo a noção do perigo, mas vão tentar agarrar a subir, fazer força e virar, ficando dentro de água sem possibilidade de socorro, como tem sucedido no país”, segundo o mesmo oficial da GNR.
Ao longo da Praia do Alqueirão, na freguesia de Vilar da Veiga, no concelho de Terras de Bouro, militares da GNR, da Secção de Programas Especiais da GNR da Póvoa de Lanhoso, entre os quais o cabo-mor Nuno Cruz, foram entregando panfletos da APSI, lançando as sementes da sensibilização junto das crianças, que por sua vez as passavam aos adultos e a outros familiares.
Terras de Bouro na vanguarda da proteção
Maria José Urbano, presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Terras de Bouro, referiu que “desenvolvemos um trabalho alargado do projeto Sensibilizar, Crescer e Atuar, que já existe há treze anos, com o Município de Terras de Bouro e a Secção de Programas Especiais do Destacamento da GNR da Póvoa de Lanhoso, que engloba igualmente Terras de Bouro”.
“Temos crianças do ATL de Verão, dos Polos da Vila de Terras de Bouro, da Vila do Gerês e Rio Caldo, cerca de 120 a 130 crianças, em média, connosco enquanto os pais estão a trabalhar, aqui a nossa missão é desde logo prevenir o perigo, para que as crianças não corram riscos, por exemplo nesta zona em que o rio é logo muito fundo, mas também sensibilizamos para os perigos de afogamentos nas piscinas particulares e nas dos empreendimentos turísticos”, acrescentou ainda Maria José Urbano.