A GNR informou esta quinta-feira que “têm sido levantados autos” de contraordenação à pedreira Nicolau de Macedo, em Guimarães, por descargas poluentes para o rio Ave, mas escusou-se a revelar quantos.
“Têm sido levantados autos a essa empresa como têm sido levantados autos a outras”, referiu fonte do Comando Distrital de Braga da GNR.
Segundo a edição desta quinta do Jornal de Notícias, aquela pedreira é detida por Gaspar Barbosa Borges, que é também o responsável pelo Sistema Integrado de Despoluição do Vale do Ave (SIDVA), recebendo assim “milhões de euros” das empresas daquela bacia hidrográfica para tratar as águas residuais das indústrias.
O mesmo jornal acrescenta que aquela pedreira “é a que tem mais autos de notícia e contraordenação levantados pela GNR no rio Ave”, cerca de 20.
Na quarta-feira, registou-se mais uma descarga de pó de pedra no rio Ave, na zona de Gondomar, Guimarães, e, ainda segundo o diário, “a principal suspeita aponta para a pedreira de Gaspar Barbosa Borges”.
A Câmara de Guimarães revelou, também na quarta-feira, que acionou o plano de ação para várias autoridades fiscalizadoras investigarem a autoria daquela “descarga ilegal”.
Em comunicado, a autarquia esclareceu que no local estiveram, a “apurar responsabilidades”, a Agência Portuguesa do Ambiente do Norte, o Serviço de Proteção da Natureza, Ambiente e Proteção Animal (SEPNA) da GNR, o Serviço de Proteção Civil de Guimarães e a Vimágua, empresa intermunicipal que faz a gestão e exploração dos sistemas públicos de captação, tratamento e distribuição de água para consumo público.
A Agência Portuguesa do Ambiente do Norte disse que as operações de apuramento de responsabilidades vão continuar durante o dia de hoje.
Adiantou ainda que hoje mesmo deverá ser emitido um comunicado sobre o caso.
Em setembro de 2015, a laboração da pedreira Nicolau de Macedo foi suspensa parcialmente depois de detetadas “irregularidades ambientais” que podiam gerar “impacto negativo muito grave” no ambiente, nomeadamente no Rio Ave, segundo informou na altura a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
A APA sublinhava que as irregularidades poderiam gerar um “impacto negativo muito grave no ambiente, nomeadamente no rio Ave, a montante de captações de água para abastecimento público que servem uma população de cerca de 150 mil habitantes dos concelhos de Guimarães e Vizela”.
Na altura, foi pedido à empresa a apresentação de um “plano de ação” que resolvesse a questão.
A suspensão parcial da atividade da pedreira durou cerca de um mês.
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