O prazo para o Ministério Público (MP) deduzir acusação contra o militar da GNR de Fafe suspeito de um esquema de burlas a idosos termina em oito dias.
O Correio da Manhã (CM), na edição de hoje, avança que a investigação do MP está atrasada, e que por isso pediu a libertação do GNR, mas o juiz não aceitou, por não haver alterações de pressupostos e ainda haver prazo para o processo terminar.
Segundo o CM, se o MP não emitir o despacho, Sérgio Ribeiro, de 33 anos, será libertado. E a esposa, Soraia Ribeiro, também suspeita, auditora do Centro de Estudos Judiciários e candidata a juíza, também voltará ao tribunal.
Isto porque, segundo o jornal, não há regulamento disciplinar no CEJ que a afaste e a suspensão decretada pelo juiz perde efeito.
Em causa está um esquema de burlas a idosos e emigrantes no Minho, revelado em primeira mão por O MINHO, que poderá ter rendido ao casal uma quantia à volta do meio milhão de euros, nos últimos anos.
O pai do militar, motorista de autocarros, era quem pedia dinheiro emprestado às vítimas, mas os valores nunca eram pagos.
Sérgio Ribeiro está em prisão preventiva na cadeia de Tomar, desde 29 de novembro do ano passado e o CM adianta que, na terça-feira, voltou a ser ouvido pelo juiz de instrução criminal de Guimarães, depois de o Ministério Público ter pedido revisão da medida de coação tendo em conta a pandemia de covid-19.
De acordo com o diário, foi ouvido durante duas horas e manteve a sua versão dos factos, voltando para a cadeia.
A esposa estava a estagiar no Tribunal de Santa Maria da Feira quando foi detida pela PJ de Braga, em novembro de 2019. Está suspensa e proibida de voltar a tribunais, mas caso não seja acusada até ao fim do mês, poderá terminar a formação.
Segundo o CM, Joaquim Ribeiro, pai do militar da GNR, era motorista de autocarros e organizava excursões. Era nos passeios que abordava idosos, pedia-lhes dinheiro emprestado, alegando que o filho tinha dificuldades financeiras, e não devolvia as quantias.
Os arguidos estão indicados por burla qualificada, branqueamento de capitais, associação criminosa e fraude fiscal.
O GNR é ainda suspeito de exercício ilícito de segurança privada. É o único dos arguidos em preventiva.