O Gil Vicente e o Vitória de Setúbal empataram 0-0 no sábado, num jogo da quarta jornada da I Liga de futebol em que os barcelenses estiveram mais próximos de conquistar os três pontos.
No Estádio Cidade de Barcelos, os gilistas começaram por evidenciar maior ascendente, mas os sadinos equilibraram a contenda no segundo tempo, pelo que a igualdade acaba por ser um prémio para os dois conjuntos face à parca qualidade de jogo.
Com este resultado, o Gil Vicente ocupa o oitavo posto com cinco pontos, enquanto os sadinos estão no 15.º lugar com três pontos, resultantes de três empates, todos a zero, numa prova em que ainda não venceram nem marcaram qualquer golo.
Invicto diante dos seus adeptos, o conjunto de Vítor Oliveira, que agregou Samuel Lino e Sandro Lima no ‘onze’ face ao empate caseiro com o Sporting de Braga (1-1), procurou tomar conta da partida desde cedo, impondo dinamismo na construção ofensiva e agressividade na reação à perda, mas não foi capaz de ultrapassar a muralha setubalense.
O pé direito de Sandro Lima, aos 13 minutos, num remate torto, e a cabeça de Lourency, aos 19, desviando por cima da barra de Makaridze um cruzamento de Arthur, deixaram o cartão de visita das intenções barcelenses, que baixaram de produção num ápice, ao ponto de o desafio entrar numa toada ‘morna’, com muita luta a meio-campo.
À procura do primeiro festejo no campeonato, a equipa de Sandro Mendes, que fez regressar Hildeberto Pereira face à igualdade obtida em casa diante do Moreirense (0-0), subiu linhas para sacudir a pressão minhota e tentar transmitir outra acutilância no último terço, mas faltou discernimento e consistência para mais e melhor.
Só na etapa complementar é que a formação sadina revelou mais atrevimento na forma com se acercava da baliza gilista, mas, para contrapor a quebra no volume ofensivo, Vítor Oliveira chamou do banco Erick e Naidji, mas só de bola parada conseguiu semear o pânico na área setubalense, aos 71, com Makaridze a negar um desvio subtil de Kraev ao primeiro poste.
Na resposta, oito minutos mais tarde, quando o coração mandava mais que o cérebro, Éber Bessa assumiu a cobrança de um livre direto e quase intimidou Denis, valendo Rúben Fernandes no auxílio ao guarda-redes do Gil Vicente.
À medida que o encontro caminhava para o final, os forasteiros preferiram conservar o rigor defensivo em vez de buscar o golo da vitória, confirmando o nulo que estabelece o Vitória de Setúbal como o 12.ª emblema da história a não faturar nas primeiras quatro rondas da I Liga.
Declarações dos Treinadores
Vítor Oliveira (treinador do Gil Vicente): “Foi um jogo com duas partes completamente distintas. Entrámos muito concentrados, ao contrário do costume. Controlámos o jogo na primeira parte, estivemos sempre por cima, criámos duas ou três situações de golo, mas não conseguimos marcar. Saí para o intervalo confiante. Apesar das dificuldades que o Setúbal estava a criar, porque é uma equipa que se sente cómoda a defender, acreditávamos que podíamos chegar ao golo.
Na segunda parte, quando nada fazia prever, jogámos pessimamente. Diria até que não jogámos nada. Nem nós nem eles. A segunda parte foi um vazio de ideias. O jogo partiu-se, atacavam de um lado, atacavam de outro, algumas situações perigosas para os dois lados, muito tempo perdido e deixámos ir-nos no jogo do Setúbal. Se na primeira parte merecíamos um resultado diferente, pelo que fizemos na segunda parte, penso que o nulo de ideias se ajusta ao nulo do resultado.”
Sandro Mendes (treinador do Vitória de Setúbal): “Tivemos alguma dificuldade na primeira parte em fechar espaços no interior e o Gil Vicente criou-nos alguns problemas. Ao intervalo, retificámos, a equipa deu uma excelente resposta e criámos algumas oportunidades. Não fizemos golos, mas estivemos bastante melhor na segunda parte.
Há muito ruído e infelizmente somos obrigados a ouvir. Estes jogadores são excelentes profissionais e deram provas disso com um empenho muito grande, uma vontade e um querer, a espaços a jogarem bem, com dinâmica na procura do golo. Infelizmente, não foi desta [que marcámos], mas há que trabalhar, potenciar e retificar aquilo que não estamos a conseguir fazer. Acho que também somos uma equipa à qual é difícil fazer golos.”
Ficha de Jogo
Jogo no Estádio Cidade de Barcelos, em Barcelos.
Gil Vicente – Vitória de Setúbal, 0-0.
Equipas:
– Gil Vicente: Denis, Alex Pinto, Rodrigo, Rúben Fernandes, Arthur, João Afonso (Naidji, 75), Soares, Kraev, Samuel Lino (Léo Cordeiro, 79), Sandro Lima e Lourency (Erick, 70).
(Suplentes: Wellington Luís, Naidji, Erick, Léo Cordeiro, Vente, Baraye e Nogueira).
Treinador: Vítor Oliveira.
– Vitória de Setúbal: Makaridze, Mano, Artur Jorge, Bruno Pirri, Sílvio, Nuno Valente, José Semedo, Zequinha (Mathiola, 72), Éber Bessa, Hildeberto Pereira (Brian Mansilla, 64) e Hachadi.
(Suplentes: Milton Raphael, André Sousa, Mathiola, Brian Mansilla, Sekgota, Baba Fernandes e Carlinhos).
Treinador: Sandro Mendes.
Árbitro: Hélder Malheiro (AF Lisboa).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para José Semedo (13), Alex Pinto (14), Hildeberto Pereira (24), Makaridze (42), Sílvio (45+1), Bruno Pirri (62), Rúben Fernandes (69), Kraev (87) e Brian Mansilla (88).
Assistência: cerca de 3.000 espetadores.