O navio Hedy Lamarr, com bandeira do Chipre, concluiu a sua reconversão para poder funcionar com gás natural.
Os trabalhos foram feitos pelos estaleiros da West Sea, em Viana, desde outubro de 2021, e estão agora em conclusão com o abastecimento do gás natural liquefeito (GNL) no porto da mesma localidade, dá conta a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana (APDL).
Com 186 metros e com capacidade para transportar 600 passageiros e cerca de 650 veículos, o navio pertence ao armador Baleària Eurolíneas Marítimas, e para além da reconversão, foi ainda alvo de modernização.
De acordo com a APDL, os trabalhos de reconversão do navio consistiram na instalação de dois tanques de armazenamento de GNL com 565 m³ de capacidade, na adaptação das duas máquinas principais e na instalação de sensores para monitorização, em tempo real, dos consumos e das emissões de CO2.
“Com esta reconversão calcula-se que o ferry reduzirá em 30% as emissões, permitindo que o navio navegue tanto a combustível como a GNL, dotando-o de uma autonomia de mais de 1.400 milhas náuticas”, salienta a APDL.
Foram abastecidos 123 m3 de GNL “após escrupulosa avaliação de risco e implementação dos procedimentos e melhores práticas suportadas nas recomendações internacionais e nacionais, e nas orientações do Quadro de Acão Nacional para a Criação de uma infraestrutura para combustíveis alternativos (RCM 88/2017), em que traça a meta de 2025, para que os portos nacionais tenham a capacidade para abastecimento de GNL a navios”.
Refere a administração do porto que todos os trabalhos foram concertados entre a APDL, a West Sea, a Baleària, o agente de navegação Pinto Basto e a ESK, empresa especialista em transporte de gases liquefeitos e criogénicos, com a colaboração e suporte de entidades marítimas, portuárias e de proteção civil.
“A Autoridade Portuária nomeou a SGS Portugal, para, conjuntamente com a equipa interna, supervisionar tecnicamente toda a operação do navio e do transportador/abastecedor”, é ainda referido.
“Com a adoção de novos combustíveis menos poluentes e amigos do ambiente, a APDL adota uma postura ambientalmente responsável, oferecendo condições para que as operações de abastecimento de GNL no Porto de Viana do Castelo representem um ponto de viragem no setor energético português, na medida em que permitem atenuar problemas ambientais e ao mesmo tempo cumprir com a legislação aplicável ao transporte marítimo”, considera a administração portuária.