A Airbus anunciou hoje que o lucro líquido da fabricante europeia de aviões, que tem uma fábrica com mais de 300 trabalhadores em Santo Tirso, subiu 12% em 2024 para 4,23 mil milhões de euros, ficando perto do recorde de 2022.
O aumento do lucro foi justificado com um melhor desempenho da divisão de aviões comerciais, que compensou as dificuldades enfrentadas pelos negócios do setor espacial e da defesa.
O lucro operacional cresceu 15% em 2024, para 5,3 milhões de euros, detalhou a empresa em comunicado.
No entanto, em termos ajustados – ou seja, excluindo encargos ou benefícios relacionados com movimentos de provisões nos seus programas – caiu 8%, para 5,35 mil milhões de euros.
“Confirmando a forte procura pelos nossos produtos e serviços, atingimos a nossa previsão para 2024, um ano desafiante para a Airbus”, disse no comunicado o presidente executivo da Airbus, Guillaume Faury.
Em outubro, a empresa tinha previsto alcançar um lucro operacional de 5,5 mil milhões de euros no total de 2024.
A Airbus tem sentido problemas de fornecimento que impediram a imprensa de acelerar o ritmo de produção de aviões comerciais.
Além disso, a fabricante perdeu 656 milhões de euros de lucro operacional no segmento espacial, no qual enfrenta a concorrência da norte-americana SpaceX do magnata Elon Musk.
Aliás, a Airbus registou uma nova provisão para perdas no valor de 300 milhões de euros em 2024 para a divisão espacial, elevando as provisões neste setor para 1,3 mil milhões de euros em 2024 e para dois mil milhões num período de dois anos.
Face à queda da procura de satélites de telecomunicações, que pesou no desempenho financeiro da empresa, a Airbus anunciou em outubro que iria eliminar 2.500 empregos na sua divisão de defesa e espaço.
Em dezembro, a fabricante decidiu rever em baixa o número de cortes, para 2.043, um processo que se prolongará até meados de 2026 e garantiu que isso será feito com “medidas sociais”, sugerindo que não haverá despedimentos.
Até ao final de 2025, a empresa planeia entregar 820 aviões comerciais, em comparação com os 766 do ano passado.
Em 09 de janeiro, a Airbus anunciou que entregou 766 aviões em 2024, menos quatro do que indicava nas suas últimas previsões, “num ambiente complexo” e depois de ter reduzido as suas metas no ano passado.
As entregas subiram em relação ao ano anterior (735 aparelhos), mas ficaram ainda longe do nível registado antes da pandemia de covid-19, indicou o grupo aeronáutico europeu.
A Airbus tinha inicialmente estabelecido uma meta de 800 entregas em 2024, que foi reduzida para 770 em junho.
Em 2019, antes da pandemia, o grupo europeu tinha registado a entrega de 863 aparelhos.
“Dado o ambiente complexo e em rápida mudança em que continuamos a operar, consideramos que 2024 foi um bom ano”, disse então Christian Scherer, líder da divisão de aviões comerciais da Airbus, em comunicado.