A Cascata do Tahiti, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, em Terras de Bouro, continua a ter sempre grande afluência, apesar do início das obras de remodelação, até porque ainda estão numa primeira fase e que é a de desmatação, sem mais intervenções.
Turistas acorrem em massa à zona mais baixa da Ermida, onde se cruzam os rios Arado e Fafião, estacionando nas imediações da Ponte de Vargas, já no sítio de Fecha de Barjas, no ponto limite a Este da freguesia de Vilar da Veiga, em Terras de Bouro.
Mesmo nos dias úteis, já é difícil estacionar muito perto (como as pessoas gostam), da Cascata do Tahiti (ou de Várzeas), mas tal não impede que se concentrem bastantes automóveis de ambos os lados da estrada florestal, caraterizada por grande declive.
Descida a pique para o “poção”
A partir daí, os grupos ou casais (às vezes com bebés ao colo) descem a escadaria em granito de acesso frontal para as quedas de água, agarrando-se às pedras, à vegetação, aos galhos ou às raízes das árvores, para não se estatelarem no fundo da ravina.

Há quem prefira o caminho mais longo e que passa por atravessarem a Ponte de Vargas, entrando pela direita, calcorreando a zona de meia encosta, recentemente desmatada pelas obras de remodelação, até começar a descer já a pique e para o “poção”.
O chamado “poção” é o final da sucessão de quedas de água alimentadas pelo rio Arado, que vem de um dos pontos mais altos da Serra do Gerês, até desembocar na zona de confluência com o rio Fafião, seguindo em comum, a desaguarem no rio Cávado.
Nome Tahiti começou com gel de banho
A Cascata do Tahiti, de nome verdadeiro Cascata de Várzeas (e não Cascata de Fecha de Barjas, como indica a placa do ICNF que atesta essa mesma denominação, de tempos imemoriais e dos Serviços Florestais) mantém-se a mais frequentada do Gerês.

O próprio nome Tahiti, que nasceu na década de 80 do século XX aquando da filmagem do célebre anúncio televisivo do gel de banho Tahiti Duche com Monoï, que se vendia em embalagens com a forma de cubos, começa por despertar a curiosidade.

Depois, o cenário é deslumbrante e muito tentador, especialmente para quem ali demanda pela primeira vez, começando assim a aventura e às vezes as escorregadelas, ou as quedas, umas ligeiras, outras graves, as muito graves e inclusivamente as mortais.
É que os muitos séculos de passagem contínua de água, com mais forças no outono e no inverno, tornaram os rochedos lisinhos, o que contribui para se escorregar com grande facilidade naquela zona, das mais baixas, do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Mas é um produto artificial, que não o Tahiti Duche com Monoï, a originar grande parte das quedas até ao “poço” seguinte, o que se deve muito a ser indetetável tratando-se de manchas invisíveis de protetor solar, que os veraneantes deixam nas rochas.
Por isso mesmo, quase todas as quedas na Cascata do Tahiti ocorrem de tarde, porque quem esteve de manhã ali também a apanhar sol, colocando bronzeador, vai-se embora ao fim da manhã, enquanto o produto seca, mas não desaparece totalmente.