O Serviço de Gastrenterologia do Hospital da Senhora da Oliveira (HSOG), em Guimarães, está entre os melhores do país, dispondo de equipamento topo de gama, sem onerar o Estado. O mérito é dos mecenas que, ao longo dos anos, têm permitido fazer os investimentos necessários.
No último ano a Liga dos Amigos do Hospital fez chegar ao Serviço 350 mil euros de equipamento de última geração, como endoscópios, monitores para manter os doentes vigiados, fontes de eletrocirurgia com árgon e máquinas para esterilização. José Cotter, o diretor do Serviço, aponta como exemplo o endoscópio ultrafino, “um equipamento altamente diferenciado, de que existem muito poucos exemplares no país e que permite fazer imagens de altíssima resolução”.
Para este ano, já estão disponíveis mais 40 mil euros para investimento, provenientes de doações. Para oferecer o melhor que a medicina moderna tem a estes doentes, “é preciso estar em constante atualização, porque esta especialidade tem uma vertente muito técnica e as a tecnologias estão sempre a evoluir”, esclarece José Cotter.
Dezenas de milhares de doentes são vistos por ano na ‘Gastro’ do HSOG
Para o responsável pela Gastrenterologia do HSOG, “é muito importante estarmos bem equipados, porque isto é um hospital de fim de linha. Quer dizer, temos de resolver os problemas dos doentes que nos chegam aqui já referenciados”. Por ano são atendidos na Gastrenterologia do HSOG, dezenas de milhares de doentes, um número com tendência para aumentar em função do envelhecimento da população, dos estilos de vida, mas também de uma maior sensibilização para as doenças do foro digestivo.
O HSOG é reconhecido como Centro de Treino Europeu
O Serviço de Gastrenterologia do HSOG é considerado pela Ordem dos Médicos como Serviço de idoneidade formativa total para Gastrenterologia e para Hepatologia e é um dos poucos Serviços em Portugal reconhecido pelo European Board of Gastroenterology and Hepatology como Centro de Treino Europeu de Gastrenterologia e Hepatologia. “Temos conseguido este registo sem onerar a administração do Hospital, num momento de grandes constrangimentos financeiros e isso só é possível porque a sociedade civil tem dado o seu contributo”, refere o diretor do serviço.
A Gastrenterologia do HSOG aguarda a luz verde da tutela para a construção de novas instalações. “De facto não estamos dimensionados, nem nós nem nenhum hospital, para a quantidade de doentes que hoje recebemos. Estas novas instalações vão permitir separar a zona de exames e as consultas”, refere José Cotter.
O especialista reconhece que a pandemia teve um impacto muito forte nas doenças do trato digestivo, “principalmente ao nível do rastreio.” Segundo José Cotter, “estamos agora a fazer um esforço enorme para recuperar.” De acordo com este médico, há uma série de cuidados que servem para a generalidade das patologias gastrenterológicas e para os quais a população deve estar sensibilizada.
Deve evitar-se o tabagismo, o sedentarismo, a obesidade e o excesso de ingestão de bebidas alcoólicas. Uma dieta de tipo mediterrânico, com muitas hortaliças, privilegiando o peixe e os ovos como fontes de proteína e fazer exercício físico, estão entre os cuidados mais importantes para evitar este tipo de doenças.