Eram muito sofisticados em termos de métodos criminosos e cautelas e o seu líder será talvez o criminoso mais bem preparado no ramo. Foi, assim, que os inspetores da PJ/Braga, António Gomes, (diretor) e Henrique Correia (adjunto) classificaram o gangue que fazia assaltos a casas e a carrinhas de valores e que hoje foi desmantelado, com a detenção de sete pessoas em Braga, Guimarães, Famalicão e zona do Porto.
Em três assaltos – dois a carrinhas de transporte de dinheiro (80 mil euros cada) e num outro a uma casa em Famalicão (50 mil mais vários outros valores) conseguiram mais de 200 mil euros.
A operação policial tinha mandados de captura para seis indivíduos fortemente indiciados pela prática de crimes de associação criminosa, roubo agravado com utilização de armas de fogo, mas os detidos acabaram por ser sete já que um deles foi apanhado com 2 quilos de cocaína e heroina.
As detenções ocorreram com mandados de detenção emitidos pelo MP – DIAP de Guimarães. O grupo é suspeito da prática de crimes de associação criminosa, roubo agravado (consumado e tentado – com utilização de armas de fogo), sequestro agravado, violência depois da subtração, detenção de arma proibida, falsificação de documentos agravado e tráfico de estupefacientes.
Os dois inspetores sublinharam que, se não tivesse sido travado, o gangue – cujos membros já tinham estado presos por crimes semelhantes – iria continuar a operar do mesmo modo, ou seja, cometendo vigiando antecipadamente os locais onde iriam fazer assaltos, para correr o mínimo de riscos, quer aquando da abordagem às vítimas, quer quando saíam da zona. Por isso, optavam por atuar, armados de pistola e com a cara tapada, em horas a que havia pouco trânsito, nomeadamente ao fim de semana.
“Em vários casos, em que tinham assaltos programados, desistiam à última da hora por razões de segurança”, disseram.
Espiaram a própria PJ
Usavam, também, meios sofisticados de comunicação entre eles e de vigilância eletrónica. E espiaram a própria sede da PJ em Braga.
Os roubos foram consumados sem nenhum ferido, dado o profissionalismo do gangue.
A PJ sublinha que, nenhum dos detidos, com idades compreendidas entre os 55 e os 36 anos, apresenta qualquer atividade profissional, não lhes sendo conhecidos bens e/ou rendimentos de origem lícita.
Foram apreendidas várias viaturas automóveis, armas de fogo, munições, produto estupefaciente, dinheiro, equipamentos de comunicações e vários objetos de valor.
No decurso das buscas, foi ainda detido outro indivíduo, por detenção de armas proibidas e posse de produto estupefaciente (haxixe).
Homejacking
O Inquérito, titulado pelo DIAP de Guimarães, teve origem num “homejacking” – crimes de roubo agravado e sequestro agravado, ocorrido no dia 01 de julho de 2020, numa freguesia do concelho de Vila Nova de Famalicão, sendo vítimas duas idosas que habitavam numa residência, a quem os autores subtraíram cerca de cinquenta mil euros em dinheiro, várias peças e objetos em ouro, relógios de marca e duas viaturas topo de gama.
Posteriormente, – acrescenta a Polícia – e tendo por alvo as viaturas de transporte de valores (VTV), em 26 de fevereiro de 2021, foi cometido um roubo agravado consumado em Gondomar, em 13 de setembro um roubo agravado tentado em Ermesinde e em 19 do mesmo mês um roubo agravado consumado em Vila Nova de Famalicão.
Os detidos vão ser presentes às autoridades judiciárias competentes no Tribunal de Guimarães, para primeiro interrogatório judicial e eventual aplicação de medidas de coação.