O presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP), Eduardo Vítor Rodrigues, manifestou-se hoje preocupado com a proliferação de autoridades de transporte no seu território, como a MobiAve, defendendo uma unificação do setor na Transportes Metropolitanos do Porto (TMP).
“A minha perspetiva desde o arranque de todo este processo foi uniformizar a bilhética e uniformizar a rede, porque só assim é que a rede tem coerência. O meu problema não é a MobiAve ou que haja mais 20 MobiAves. O meu problema é que, para haver uma gestão integrada, tem que haver alguém que tutele todo o território”, defendeu.
Em causa, na reunião de hoje, esteve a inclusão dos quilómetros efetuados, dentro da AMP, pela rede da MobiAve, uma autoridade intermunicipal que serve os concelhos de Santo Tirso e Trofa, da AMP, e Vila Nova de Famalicão, fora da AMP, e a respetiva repartição financeira de encargos.
Concordando com a sua inclusão para efeitos da justa contabilização de quilómetros percorridos dentro da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues não deixou de questionar a pertinência da existência de mais uma entidade de transportes de caráter intermunicipal, numa altura em que já existe a rede Unir, agora sob tutela da nova empresa Transportes Metropolitanos do Porto (TMP).
“No dia em que começarem a proliferar modelos alternativos, o que estamos a fazer é a introduzir mais ruído num processo que já é um processo difícil”, apontando que “este é o momento” para se tomarem decisões quanto ao futuro da MobiAve.
Segundo Eduardo Vítor Rodrigues, neste momento “é evidente a criação da empresa metropolitana, é evidente a generalização da lógica metropolitana na rede de transportes”, numa altura em que poderá ser lançado um novo concurso da MobiAve.
“Este é o momento para perceber se faz sentido continuar no modelo atual, o que também é uma coisa que também pode ser discutível e aceitável, ou se faz sentido pura e simplesmente integrar na Unir”, aventou.
O também presidente da Câmara de Gaia defende que, enquanto AMP, é necessário “levantar o assunto” e “cuidar de uma boa organização, não deixando pontas soltas, respondendo na mesma às populações, mas com uma autoridade, uma tutela e um financiamento que é metropolitano”.
Eduardo Vítor Rodrigues deu como exemplo que há ligações a outras comunidades intermunicipais que não a AMP, como a do Tâmega e Sousa ou a Região de Aveiro, que não necessitam de uma entidade própria para ter uma rede de transportes a interligar os territórios.
“Penafiel, Paços de Ferreira, Famalicão, mas também a sul, e portanto temos um conjunto de ligações que ultrapassam os limites da AMP, porque as pendularidades não são exclusivas à AMP”, referiu, e para isso “não se justifica multiplicar autoridades de transporte”.
Para Eduardo Vítor Rodrigues, “o que se justifica é integrar, numa sadia relação institucional entre a AMP e as diferentes CIM, todo o processo”, e “até integrar o Andante”.
“Que fique claro que o problema não são os municípios fora da Área Metropolitana, porque quando integramos na bilhética Andante, a AMP está também a pagar, ou a copagar, esse serviço”, apontou.
Para o presidente da AMP, “neste momento a área dos transportes precisa de reforço, de uma voz forte, única (…), e agregadora e integradora”.
O assunto será discutido numa reunião entre autarcas no dia 11 de fevereiro.