Pouco faltava para as 08:00 horas da manhã deste sábado quando o futuro Centro de Acolhimento e Bem Estar Animal de Viana do Castelo, em Cardielos, irrompeu em chamas. Como está ainda em construção, não há vítimas, mas as tubagens e até os próprios blocos ficaram severamente danificados.
Ao que apurou O MINHO, os Bombeiros Sapadores e os Bombeiros Voluntários foram alertados, às 07:55 horas deste sábado, para um incêndio naquele que será o futuro canil do concelho, com estes a conseguirem extinguir as chamas o mais rapidamente possível.
O MINHO sabe que tudo aponta para se ter tratado de um ato de vandalismo, algo que, nas entrelinhas, já foi confirmado pela Câmara de Viana do Castelo e corroborado por O MINHO junto de fonte oficiosa da GNR.
“A Câmara Municipal de Viana do Castelo repudia veementemente os atos praticados hoje contra aquele que é o património de todos. O incêndio no Centro de Acolhimento e Bem Estar Animal de Viana do Castelo é uma infraestrutura de apoio fundamental e este é um revés que, no entanto, não irá fazer diminuir a vontade dos vianenses em criar condições para os animais errantes”, pode ler-se na nota publicada ao final da manhã, pela autarquia.
Entretanto, em declarações à agência Lusa, o autarca Luís Nobre adiantou que “as informações que recolheu junto do comandante dos Bombeiros Sapadores e, do empreiteiro responsável pela obra apontam para a inexistência de qualquer fonte de calor externa que pudesse originar o fogo”.
“Vamos aguardar pela conclusão da investigação. Se apontar para fogo posto vamos apresentar queixa ao Ministério Público para que sejam encontrados os autores materiais deste incêndio”, garantiu Luís Nobre, adiantando que “uma primeira avaliação aos danos causados pelo incêndio aponta para prejuízos superiores a 50 mil euros”.
A construção deste centro de acolhimento para animais errantes iniciou-se em dezembro de 2021, sob a égide de se tratar de uma necessidade urgente para o concelho, isto de acordo com o presidente da Câmara. Luís Nobre apontou, então, para um investimento de 370 mil euros naquele terreno com 4.070 metros quadrados de área total, localizado na rua da Portela, junto à A27.
Contudo, o projeto nunca foi consensual, sobretudo por entre alguns moradores e empresários daquela freguesia, que temem ruídos e cheiros. Em declarações à agência Lusa, em janeiro deste ano, o autarca sublinhou que o espaço estava a ser construído junto a unidades fabris cujo ruído supera o dos animais, mas nem isso terá sossegado a população. Disse também que o local escolhido fica longe de aglomerados habitacionais.
Luís Nobre garantiu, também, que o centro não será “mais um canil”, mas sim um local de acolhimento onde os animais não vão estar fechados e sujeitos a serem maltratados, algo que lhes aumenta a qualidade de vida e desce os níveis de stress, fazendo com que sejam menos ruidosos do que os animais presos em canis tradicionais.
Notícia atualizada às 13h13 com declarações do presidente da Câmara.