O fundador da Prozis, empresa de nutrição desportiva sedeada em Esposende, manifestou-se nas redes sociais a favor da proibição do aborto, publicação que está a gerar grande polémica, com milhares de reações contra e a favor.
“Parece que os bebés que ainda não nasceram têm os seus direitos de volta nos Estados Unidos! A natureza está a curar-se!”, escreveu Miguel Milhão na sua página de LinkedIn, rede social de âmbito profissional, numa alusão à polémica decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos que, na sexta-feira, anulou o direito ao aborto.

A Prozis, que além da sede em Esposende tem uma unidade fabril na Póvoa de Lanhoso, publicita os seus produtos através de influenciadores digitais.
Rita Belinha, ‘influencer’ e repórter da RTP, já se demarcou da posição do patrão da Prozis e anunciou o fim da parceria com a marca.
“É uma questão de princípio. Os valores por detrás das empresas, para mim, são fundamentais na hora de escolher com quem trabalho. Quando esses valores vão contra as minhas maiores convicções, a decisão tonar-se fácil”, começa por escrever.
E acrescenta: “E não, para mim isto não é uma questão de opinião. Isto, para mim, é como trabalhar com um racista ou um homofóbico. Não muda muito”.
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Por outro lado, outros influenciadores digitais, até questionados pelos próprios seguidores, já têm manifestado que irão manter a parceria com aquela marca de nutrição desportiva.
Entretanto, Miguel Milhão reagiu em declarações ao Notícias ao Minuto: “Vejo comentários positivos e negativos. Pena a maior parte dos comentários negativos terem como objetivo silenciar a minha opinião. Não me parece nem justo nem democrático”.
Não podemos dizer que a Prozis tenha alguma vez escondido por que valores se rege, mas fica agora claro que, uma marca que usa mulheres para se promover, não lhes respeita o corpo e lhes reconhece os direitos. pic.twitter.com/Dh6lUQBb7n
— Susana C. Fernandes (@suffernandes) June 27, 2022
A Prozis é uma marca de suplementação desportiva que patrocina federações, equipas e dezenas de influencers do mundo do fitness. Miguel Milhão é o dono. Com certeza que, depois deste post no LinkedIn, não faltarão rescisões, certo? Os interesses do GOD tb são curiosos. pic.twitter.com/r3KtGyD6r5
— NOTricardomsantos (@NOTrmsantos) June 27, 2022
Curiosa descoberta sobre o viral CEO da Prozis. As pessoas podem acusar Miguel Milhão de muita coisa mas não de incoerência.
O homem estudou aplicando o método anticoncepcional onanista: retirou-se sempre antes de consumar o curso. Incríbel. pic.twitter.com/5cjoUjgndi
— Milhazes Da Depressão ✊ (@MilhazesDaDepre) June 27, 2022
Se as vendas da prozis baixarem, Miguel Milhão passa a ser Miguel Milhar.
— Pedro Gabriel (@PedroGabrielRIP) June 27, 2022
Miguel Milhão, fundador da Prozis e autointitulado “filósofo rei” da marca, padece da mesma ignorância sobre aborto e visão obscurantista sobre as mulheres que as seitas religiosas fundamentalistas.
Imaginem o que seria um sistema de saúde nas mãos dos interesses desta gente.
— Fabian Figueiredo (@ffigueiredo14) June 27, 2022
Está posição do dono da prozis é horrível mas vejamos o lado positivo , quantos influencers podem morrer a fome ?
— Joao Quadros (@omalestafeito) June 27, 2022
E reiterou a sua posição: “Gosto de ver os direitos das criancas que ainda não nasceram a serem tidos em conta”.
Em declarações à revista Magg ainda foi mais longe: “Todos têm direito a diferentes opiniões. Quanto a mim, não consigo fazer mal a bebés. Teria pesadelos à noite. Sorry [desculpem]”.
O polémico post é um dos assuntos mais partilhados e comentados do dia nas redes sociais e não escapou ao humorista Guilherme Duarte.
Comunicado de um influencer, relativamente à Prozis. pic.twitter.com/5cOPaaN4IA
— // Guilherme Duarte (@NoutraCoisa) June 27, 2022
O autor da página Por Falar Noutra Coisa fez uma rábula em que lança farpas aos ‘influencers’ que estão a anunciar o fim da parceria com a Prozis.
Vídeo que foi partilhado por Miguel Milhão nas suas ‘instastories’, nas quais também publicou uma imagem com uma música de Quim Barreiros intitulada “É só inveja”, numa clara alusão às críticas que lhe têm sido apontadas.
Por outro lado, devido à polémica, a Prozis proibiu os comentários às suas publicações.