A Assembleia Municipal de Braga aprovou, sexta-feira à noite, por unanimidade, a criação de uma Comissão que vai estudar, – e propor medidas -, as consequências da atual crise geral provocada pela subida de custos, em particular na construção civil.
A recomendação foi feita pelo autarca de Gualtar, João Vieira, o qual, no período de antes da Ordem do Dia, disse que as juntas de freguesia andam “aflitas” com o aumento dos custos dos serviços que prestam à população, pelo que querem que sejam revistas as verbas que são transferidas para serviços como os de jardinagens, podas, limpeza e manutenção do espaço público, refeições escolares e manutenção das escolas”.
O autarca socialista pediu, por isso, a criação de dois grupos de trabalho, um para analisar os valores das transferências e um segundo para “estudar o valor pago pelas refeições escolares e apoio às famílias de modo a que seja ajustado possibilitando a liquidez financeiras das entidades que prestam o serviço”.
“Os valores de mercado para estes serviços, ao longo dos últimos meses, têm vindo constantemente a subir atingindo, em alguns casos, valores muito superiores aqueles que muitas entidades que prestam os serviços são capazes de suportar”.
E prosseguindo, acentuou: “Em breve poderemos ter concursos vazios, renúncias de contratos, incapacidade de prestar os serviços por falta de recursos financeiros”, avisou, acrescentando que “a somar a tudo isto” as autarquias locais tiveram também de suportar aumentos nos salários dos funcionários afetos aos serviços “o que causou um considerável aumento de custos”, situação a que se juntam ainda “algumas dívidas de famílias com dificuldades financeiras”.
Ricardo Rio concorda
A recomendação transitou agora para a Conferência de Líderes dos vários partidos, tendo em vista a constituição dos grupos de trabalho.
De seguida, o presidente da Câmara, Ricardo Rio disse compreender a preocupação dos autarcas das freguesias, e lembrou que o problema afeta, também, a Câmara Municipal, ou seja, o aumento de custos é generalizado o que dificulta a contratação de obras e de serviços.
Apesar disso, assinalou que o Orçamento de Estado do governo do PS, que acaba de ser aprovado na Assembleia da República, não prevê nenhum tipo de medida para acorrer às dificuldades das autarquias.