Freguesia de Famalicão salva árvore centenária que já abrigou muitos namorados

“Abater esta árvore é algo impensável”

Era ponto de encontro de muita gente da freguesia, sendo até ali onde começaram e se desenvolveram muitos namoros (à moda antiga, claro). Falámos da centenária ‘carvalheira’ (carvalho), localizada em Castelões, no concelho de Famalicão, que está agora a ser alvo de uma tentativa de reabilitação para que a mesma possa “respirar”.

Francisco Sá, presidente da Junta de Castelões, explicou a O MINHO que a árvore tem vindo a perder fragmentos do tronco ao longo dos anos, e que acabou por ser tratada contra ‘bichos’ que a poderiam estar a ‘comer’.

Com apoio da Câmara, foram injetados alguns químicos para amenizar a situação, porém, a árvore continuou a adoecer. Acabaram por ser cortados alguns ramos, de forma a que a mesma perdesse inclinação que tinha ganhado ao longo dos anos, mas também não foi suficiente (embora tenha reduzido um possível risco de queda).

Esta semana, e após sugestão de um estudante da área florestal, a autarquia resolveu começar a abrir espaço na base para que o carvalho possa respirar: “A [base] da árvore estava tapada com cimento, betão, relva artificial, arranjo que, na altura, foi feito um bocado inocentemente”, salientou Francisco Sá. E isso pode muito bem ser o que está a provocar a doença da árvore.

Referência na freguesia, sobretudo para os mais velhos, a árvore “nunca será abatida”, garantiu o autarca, que prefere deixar lá ficar só o tronco (caso a árvore morra) do que cortar pela raiz.

“É por isso que estamos a fazer esta intervenção, alargar a base, só com terra, e vamos continuar a tratar a árvore. É algo simples, mas tem que ser feito”, afirmou, relembrando que Castelões está inserida no programa ambiental “Ecofreguesias”, e que esse facto “reforça a responsabilidade”.

Para a população de Castelões, abater esta árvore é algo “impensável”. É uma referência geográfica (apesar de se localizar na Rua Monte de Baixo, toda a gente chama o local como ‘Carvalheira’) e serviu como ponto de encontro para muitos moradores, sobretudo ao domingo, uma vez que, por debaixo, existiam uns bancos onde a população se sentava a conviver e, claro está, a namorar.

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados