Chavão, uma pequena freguesia de Barcelos, está em ‘pé de guerra’ por causa do cancelamento da tradicional festa popular que, normalmente, se realizaria este fim de semana. Os elementos da comissão desentenderam-se, divididos entre avançar ou não com o evento. Na freguesia já foram colocadas faixas a criticar o cancelamento da romaria.
Em causa está a a festa em honra de São Brás e Senhora das Candeias, que estava marcada para sábado e domingo, e que contava com nomes como Amigos da Sobreposta e Manuel Campos no cartaz.
Segundo o relatado a O MINHO, a comissão de festas era composta por seis elementos, um dos quais abandonou, sendo que dois querem fazer a festa e três são contra.
Numa reunião em que a maioria entendeu que não se devia realizar a festa, esses dois prontificaram a organizá-la com outras pessoas. No entanto, num novo encontro, os três que anteriormente eram contra a realização da festa terão assumido a vontade de a levar por diante – o que levou os outros dois a afastar-se. Mas agora não há romaria.
“Não há nenhum motivo para cancelarem a festa”
“Numa reunião roeram-nos a corda, disseram que não era para fazer nada, nem se mantinha o cartaz. Noutra, a seguir, já disseram que faziam e agora cancelaram outra vez tudo”, conta a O MINHO um dos elementos que queriam levar a festa por diante, José Silva.
“Temos uma palavra com o agente, com os artistas. E agora como é? Aqui há compromissos. Não há nenhum motivo para cancelarem a festa. Alegam que é por causa da covid, mas as outras freguesias fazem, porque é que aqui não se faz?”, critica.
Com a freguesia em polvorosa por causa de uma festividade que tanto diz à população, José Silva prevê que no fim de semana seja um “escândalo” em Chavão. “O pessoal está todo revoltado”, realça.
“Os artistas vão comparecer no local da festa”
Ricardo Miranda, agente musical responsável pelo cartaz, não esconde o desagrado com o cancelamento da festividade e garante que, nos dias previstos, “os artistas vão comparecer no local da festa”.
“Ao menos asseguravam a festa para o ano. Se fosse ao contrário, se fosse eu a falhar com os artistas?”, questiona o proprietário da Ricardo Agency, salientando que a situação envolve “muita gente”, desde os artistas aos profissinais de som e palco.
Além de Amigos da Sobreposta e Manuel Campos, estava agendada uma fanfarra e um grupo de gaitas.
Entretanto, junto ao recinto foram colocadas, em diferentes ocasiões, tarjas com frases de descontentamento em relação ao cancelamento da festa: “Chega de rodeios / Façam a festa” e “DGS permite”.
“Decidido por maioria”
Contactado por O MINHO, Paulo Silva, um dos três elementos da comissão que não pretendem realizar a festa, afirma que “as coisas foram decididas por maioria”. “Numa comissão são seis elementos, quatro contra e dois a favor, quem ganha?”, reforça, escusando-se a fazer mais comentários sobre assunto, justificando que tal devia ser feitos por “todos” em conjunto para não estar a falar pelos colegas.
Questionado em relação à situação dos artistas contratadas, remata: “Foi tudo cancelado e na altura nada nos foi dito”.
Mesmo sem festa, Chavão vive dias agitados.