O antigo eurodeputado e atual presidente do Conselho Económico e Social, Francisco Assis, deixou elogios ao cabeça de lista do PS pelo círculo eleitoral de Braga, apontando-o como um dos intervenientes que faz política “com seriedade”.
Francisco Assis falava durante o Fórum “A Qualificação da Representação Política”, promovido pela Federação do PS de Braga e que contou com elementos ligados à política e à Educação, num debate moderado pelo jornalista Luís Castro, ex-editor de política na RTP.
“A política exige que o político fale a verdade, seja corajoso dizendo o que pensa, tenha um sentido de responsabilidade porque representa outros cidadãos, e ter pudor, sentido de autolimitação”, descreveu Assis, elogiando José Luís Carneiro.
“Em nenhum outro distrito se está a fazer o que está a ser feito em Braga. Debater, discutir a crise da democracia em plena campanha eleitoral. Isto é seriedade. E eu reconheço esta seriedade no José Luís Carneiro”, afirmou.
No debate participaram ainda Isabel Estrada Carvalhais (eurodeputada), João Cardoso Rosas, (professor de Filosofia da UM), Alexandra Abranches (professora do Departamento de Filosofia da UM) e Júlia Costa, dirigente do PS, para além do candidato José Luís Carneiro.
José Luís Carneiro começou por referir que “uma das preocupações” da candidatura à Assembleia da República é a de “desenvolver uma metodologia de trabalho que qualifique as nossas condições de representação política dos cidadãos”.
“Hoje os cidadãos exigem mais do poder político e das suas instituições. É importante que consigamos desenvolver instrumentos para continuarmos a ouvir os seus pareceres e opiniões no decurso da representação”, prosseguiu.
Já Alexandra Abranches considerou que “não há educação cívica que resista aos exemplos que nos socializam. Os políticos têm que ser aquilo que querem que o povo seja”.
Isabel Estrada Carvalhais salientou que “antes da participação política está a motivação, o interesse e a vontade em compreender o que molda o envolvimento político”.
“Não sendo inato, o interesse político tem que ser trabalhado no múltiplo envolvimento social e familiar, mas sobretudo na forma como os políticos se relacionam com os cidadãos”, disse a eurodeputada.
“O diálogo é sempre o melhor instrumento para instruir a participação dos cidadãos, para aumentar a qualidade da democracia, da transparência, do accountability e combater os populismos”, concluiu.
Na sua intervenção, o professor João Cardoso Rosas alertou para a “crise da democracia”, que considera “global”.
“A revolução digital isolou-nos, há uma crise da esfera pública, dos lugares onde nos podemos encontrar. Não havendo um espaço comum, onde possamos fazer ouvir a nossa voz e dialogar, há um maior distanciamento de quem nos representa. É preciso simplificar o exercício dos direitos políticos, do voto”, defendeu.
Já Júlia Costa partilhou responsabilidades entre famílias e políticos para um aumento da participação cívica: “Temos que ser nós, mães e pais, também a estimular a participação…tudo começa em casa”.