Apesar de Portugal e Espanha apoiarem a ideia alemã da construção de um gasoduto que liga a Península Ibérica à Europa, a França não apoia a iniciativa. O ministério da Transição Energética francês explica que este projeto levaria “muitos anos” até estar disponível.
O ministério disse, segundo o jornal espanhol El País, que o projeto acabaria por não ajudar na resposta à atual crise energética.
Como outra opção, o governo francês sugere a construção de terminais para navios que transportam gás natural liquefeito dos países do Golfo Pérsico ou dos Estados Unidos.
Para a França, estes terminais exigem menos tempo de construção e um menor investimento.
A ideia foi expressada pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, que manifestou-se a favor da construção de um gasoduto que transporte gás a partir de Portugal através de Espanha e França para o resto da Europa, para reduzir a atual dependência de gás russo.
Em conferência de imprensa, Scholz lamentou que essa ligação ainda não tenha sido construída, porque agora permitiria dar uma “contribuição maciça” para o abastecimento no norte da Europa, devido à crise energética que surgiu após a guerra na Ucrânia.
Na sequência, António Costa garantiu que “a Alemanha pode contar 100% com o empenho de Portugal para a construção do gasoduto”.
Segundo o primeiro-ministro, até à concretização desse gasoduto, “o Porto de Sines poderá ser utilizado como plataforma logística para acelerar a distribuição de Gás Natural Liquefeito (GNL) para a Europa”. Costa disse mesmo que o percurso português já está definido.
A Espanha também posicionou-se favoravelmente. Segundo Teresa Ribera, ministra com a pasta da energia no governo espanhol, “a interconexão pelos Pirenéus catalães pode estar operacional em oito ou nove meses do lado da fronteira sul”.
A ministra afirmou que “a intenção” do Governo de Espanha em relação a este gasoduto previsto para os Pirenéus era, “desde o primeiro momento, que fosse financiado como um projeto europeu”, que teria de ser trabalhado “em simultâneo” com França.