O complexo turístico Luziamar, em Viana do Castelo, que foi uma referência da noite no norte de Portugal e Galiza, fechou há cerca de 30 anos e o edifício encontra-se em ruína.
O fotógrafo Márcio Ribeiro, natural de Deão, Viana do Castelo, captou, na segunda-feira, o estado atual das instalações que abriram ao público em 1974, doze dias antes da revolução de 25 de Abril.
As imagens deste fotógrafo amador – que se dedica há dez anos às imagens de natureza e de desportos motorizados todo-o-terreno – revelam o vandalismo e abandono a que foi colocado o espaço situado na zona de Cabedelo, freguesia de Darque.
O complexo foi projetado pelo arquiteto Francisco José Gouveia Alves Nogueira.
Como se pode ler na tese de mestrado “(Re)Habitar Luziamar: Intervenção arquitetónica num antigo complexo turístico”, da autoria de Liliana Branco, foi projetada em 1969 a construção de uma piscina, restaurante, salão de festas, ‘court de ténis’ e parque infantil.
“O edifício construído, é composto por três volumes, dois paralelepípedos e um octógono central, que comunicam entre si e possui na sua constituição dois pisos, sendo que no volume a nascente é construído um 3.º piso, o solário”, refere.
Estava ainda prevista a construção de uma unidade hoteleira numa segunda fase, mas essa nunca avançou.
De acordo com o mesmo documento, a proposta inicial não definia a Luziamar como sendo, “apenas”, uma discoteca.
“Inicialmente este espaço tinha a importância de um cube para a classe média alta. Sobre este existem muitas referências de eventos lá realizados, sobre a importância e fama do restaurante e das tardes de piscina. No programa, restava à boîte uma parte muito pequena do edifício”, notou.
Na década de 90, o espaço encerrou ao público e ficou marcado nas memórias da população da região.
“Sobre Luziamar ouvem-se as mais variadas histórias, desde as noites na discoteca, os casamentos, os campos de férias e outros eventos lá realizados”, escreveu Liliana Branco, no documento publicado em 2018.
Em 2005, conforme refere uma notícia do jornal Público, havia intenção da empresa proprietária – Construções Rites – de investir 10 milhões para recuperar o espaço e colocá-lo ao serviço turismo, com hotel, bares e habitações.