As Forças Armadas vão ter valorizações salariais “em linha com o que está a ser feito na administração pública”, negociação que ainda decorre mas que deverá ter mais impacto nas categorias mais baixas, anunciou hoje a ministra da Defesa.
“Sem antecipar muito ainda, porque estão em curso negociações salariais, também nas Forças armadas vamos assistir, em linha com o que está a ser feito na administração pública, a valorizações salariais que são mais expressivas justamente para aqueles que têm menos”, afirmou a governante em audição regimental na Assembleia da República.
Helena Carreiras respondia ao deputado do Chega Pedro Pessanha quanto a medidas para impedir a saída de efetivos das Forças Armadas, salientando que para os jovens “não é atrativo” ingressar na carreira militar e que “algo tem que ser feito pelo Governo” para valorizar estas carreiras.
Na resposta, a ministra da Defesa salientou que este é um problema com várias dimensões, mas admitiu que a retenção de efetivos pode passar pela questão dos salários, sem especificar valores.
“Estou confiante que isso vai ajudar a resolver parcialmente este problema (…) também que nos parece importante retomar e avançar no trabalho de revisão do regime remuneratório dos militares, das carreiras dos militares, é algo que fica sinalizado neste Orçamento [para 2023] e que queremos continuar”, acrescentou.
A governante salientou que “do ponto de vista da atratividade não há nenhuma situação dramática” e que o problema está na retenção, adiantando que existem “cerca de 10 mil jovens” que todos os anos se candidatam às Forças Armadas.
Mais tarde, questionada pelo deputado João Dias, do PCP, sobre os critérios desta valorização salarial, a ministra respondeu: “Estamos ainda a trabalhar e, portanto, não é momento para adiantar e antecipar o que será o resultado final”.
“Certamente haverá situações de valorização expressiva e significativa, sem que isso queira dizer que não estamos preocupados com a necessidade da revisão das carreiras”, frisou.
No Orçamento do Estado para 2023, o Governo prevê uma despesa total consolidada para a Defesa Nacional de 2.584,9 milhões de euros, nos quais se inclui, na categoria de “despesas com pessoal” 1.147,5 milhões.