Força das águas não dá tréguas em Moçambique

Mais de 500 pessoas retiradas de zonas de risco

Pelo menos 500 pessoas foram retiradas das zonas de risco de inundações na sequência da subida do caudal do rio Licungo, na Zambézia, centro de Moçambique, anunciou o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).

“Decorrente da subida dos níveis hidrométricos, mais de 500 pessoas foram retiradas do baixo Licungo” para zonas seguras, disse Nelson Ludovico, delegado do INGD na Zambézia, citado hoje pela imprensa local.

O responsável referiu que ainda estão em curso campanhas de sensibilização da população para retirada das zonas de risco na província, avançando que foram posicionados meios de busca e salvamento ao longo das margens do rio, além de haver mais de 20 toneladas de alimentos para atender aos afetados pelas intempéries.

A Direção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH) de Moçambique tem alertado para a subida do nível de água em vários rios devido a descargas em barragens de países vizinhos.

Um total de 69 pessoas morreram e outras 37.082 foram afetadas por chuvas, ventos fortes e outros desastres naturais em Moçambique na atual época chuvosa, indica um relatório preliminar do INGD, enviado à Lusa na segunda-feira.

Os desastres naturais fizeram também 47 feridos e destruíram parcial e totalmente 2.721 casas e inundaram outras 3.312.

O mau tempo afetou ainda 2.127 escolas, 40.602 alunos e 726 professores, segundo o INGD.

Moçambique, considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, está em plena época chuvosa e ciclónica, que ocorre entre os meses de outubro e abril, com ventos oriundos do Índico e cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.

Em novembro deste ano, o INGD anunciou que precisava de 7,4 mil milhões de meticais (112 milhões de euros) para a época das chuvas 2022/2023, período em que se prevê que pelo menos 2,2 milhões de pessoas sejam afetadas.

Na época chuvosa 2020/2021, o país foi assolado por eventos climatéricos extremos com destaque para a tempestade Chalane e os ciclones Eloise e Guambe, além de outras semanas de chuva intensa e inundações.

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas do Idai e Kenneth, dois dos maiores ciclones de sempre a atingir o país.

 
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