Declarações após o Vitória SC – Marítimo (2-1), jogo da nona jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães:
Pepa (treinador do Vitória SC): “Claramente [fica um sentimento de justiça pelo triunfo]. Foi um jogo onde fomos muito superiores, onde tivemos muitas oportunidades de golo e muita posse de bola. Fizemos tudo para sofrer como sofremos. É preciso realçar a intensidade da equipa. Sabemos bem do perigo que é ter tantos metros atrás da linha defensiva, mas estivemos competentes nos equilíbrios.
Foi um grande jogo da equipa, mas o ‘merecer’ vale o que vale. Seria uma injustiça tremenda, mas o que ficaria era o empate. Felizmente, logo a seguir foi golo. Tivemos felicidade, mas fomos à procura dela desde o primeiro minuto. Realço também o apoio dos nossos adeptos. Aquela baliza [da bancada sul do Estádio D. Afonso Henriques] é especial. Mas temos de fazer mais golos para o volume [ofensivo] que criamos.
Hoje, era daqueles jogos em que não deveríamos ter tempo para sentir dor [por eventuais erros ou receios]: era jogar o jogo pelo jogo e agarrarmo-nos a ele com tudo. Não é fácil ser pressionante no jogo todo. Basta perder um duelo individual para termos alguns problemas. Foi assumido por nós que era preciso ganhar e ganhar bem.
Poderíamos ter obtido um resultado mais volumoso, mas era preciso não entrar em desespero. A equipa correu ‘riscos naturais’. A vitória assenta-nos muito bem. Precisamos de crescer com esses momentos do jogo.
O Rafa [Soares] vai ter de ser reavaliado. Em relação ao Hélder, já tinha falado que todos têm entrado bem. Isto mostra a importância da equipa B para lhes dar rendimento e minutos antes de aparecerem na equipa principal”.
Julio Velázquez (treinador do Marítimo): “Foi demasiado penalizador o golo sofrido. Saio frustrado, chateado e com ‘cara de poucos amigos’. Vínhamos de um contexto difícil e jogámos contra um adversário de muita qualidade. Na primeira parte, a intenção era dominar mais o jogo, mas o jogo foi outro. A organização do Vitória não nos deixou encontrar linhas para chegar mais à frente. Perdíamos a bola demasiado rápido e não atacávamos os espaços.
Na segunda parte, queríamos jogar em bloco médio e não deixar o Vitória progredir. A segunda parte foi mais bem conseguida e atacámos mais na profundidade. Tivemos mais energia e mais momentos com bola. Mas eles são uma equipa de qualidade.
Analisando os 90 minutos, a vitória [do Vitória] é merecida, mas o Marítimo esteve sempre dentro do jogo. Fizemos uma das coisas mais difíceis, que é empatar no estádio do Vitória de Guimarães, com uma bancada ‘infernal’, e depois sofremos um golo logo de seguida. Faltou-nos eficiência nos metros finais e maturidade competitiva. Eu sou o responsável por isso.
Está a custar-nos muito ganhar jogos. Ganhámos um. E não temos ganhado outros por detalhes. Se queremos competir na I Liga, não se podem cometer determinados erros.
Tenho todas as condições para continuar [no comando técnico do Marítimo]. Levanto-me todas as manhãs, sigo em frente e penso no próximo jogo”.