Declarações após o jogo Arouca-Vizela (1-4), da 14.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol:
Álvaro Pacheco (treinador do Vizela): “Ganhou a melhor equipa, fomos felizes na primeira parte, criámos cinco oportunidades e fizemos quatro golos, deu-nos capacidade para gerir o jogo. Essa primeira parte acontece porque os meus jogadores fizeram um trabalho fantástico.
Sem bola, fomos agressivos e não deixámos o Arouca pensar o jogo e, com bola, aproveitámos os espaços que achávamos que eram importantes. Na finalização tivemos capacidade, os jogadores estiveram inspirados. Foi um jogo emotivo até ao fim, mérito do Arouca, que nunca desistiu, fizeram uma segunda parte muito boa, que nos obrigou a defender.
Os jogadores sentiram a importância do resultado e da vitória. Na segunda parte, podíamos ter gerido de uma forma tranquila com bola, mas é mérito do Arouca, pela forma como se entregou ao jogo e nos obrigou a cometer erros. Acabámos por vencer e muito bem, a vitória ajusta-se ao que os meus jogadores fizeram hoje.
O desafio era ter orgulho no que somos, manter a nossa identidade e foco, o que é a nossa paixão pelo jogo. Foi isso que aconteceu, os meus jogadores foram fantásticos, não abdicaram da nossa ideia de jogo num campo difícil. Fomos capazes de ser fiéis ao que somos e o resultado teria de aparecer.
No momento do lance do Koffi, fiquei com a impressão que não era vermelho. Ainda bem que há o videoárbitro, que conseguiu repor a verdade, numa altura importante. Olhando para o que foi a segunda parte, se ficássemos com um a menos íamos sofrer ainda mais. Tivemos um controlo emocional muito grande, houve muitos duelos, quezílias e soubemos estar tranquilos. Acabámos por conseguir o que queríamos.
Quero dedicar estes três pontos à massa associativa, a um dia de semana, a estas horas, a forma como têm acompanhado a nossa equipas e foram determinantes no que foi o resultado. Parabéns aos adeptos.”
Armando Evangelista (treinador do Arouca): “Era capaz de dizer que foi a pior primeira parte da minha carreira. Não há que esconder. Cometemos erros demais para o exigido na I Liga, apesar de reconhecer que o Vizela, cada erro que cometemos, aproveitou com eficácia tremenda.
São lances de evitar, fomos nós a oferecer a vantagem dilatada com que chegámos ao intervalo. Mérito do Vizela, porque soube aproveitar e o futebol faz-se disto mesmo. Se o primeiro golo é um remate defensável, o segundo é na própria, o terceiro é uma saída de bola precipitada e o quarto é um penálti infantil.
Na segunda parte, conseguimos lavar a cara com o que fizemos, cometendo riscos, refizemos tudo o que pretendíamos neste jogo. Não é fácil chegar ao intervalo com esta desvantagem e ter a coragem de encarar a segunda parte como os jogadores encararam. Correndo mais riscos, em termos de equilíbrios, acabámos por ser solidários e procurar pelo menos lavar a cara e dar outra imagem do que somos e temos vindo a fazer no campeonato.
Não nos podemos esquecer que foi grande parte desta plantel que subiu à I Liga e conquistou estes 13 pontos. Não é por terem 45 minutos maus demais que vão deixar de ser bons, vão deixar de ter caráter. São fases, foram 45 minutos que não podem acontecer a este nível, mas vai fazê-los crescer, pensar no que fizeram e o processo evolutivo é isso mesmo. Tentativa, erro e evolução”.