Casa cheia na sexta edição do espetáculo “A Minha Terra é Viana”, que decorreu este fim de semana, no Centro Cultural de Viana do Castelo. Organizado pela Associação de Grupos Folclóricos do Alto Minho, o tema do espetáculo foi o mar e abriu com uma composição original de João Gigante (PHOLE) que remetia, precisamente, para um ambiente marítimo.
Seguiu-se Filipa Barreiros, cantando “Ó que linda beira mar”. Depois, a representação da apanha do sargaço em Castelo do Neiva e Anha enquanto o texto de Rúben A. (1920 – 1975) “As Cortas do Sargaço”, publicado em 1946 in “Páginas Minhotas”, era dito por José Escaleira (autor de vários guiões de anteriores edições), adianta a direção da AGFAM, em comunicado enviado a O MINHO.
Os 170 bailarinos dos 20 grupos participantes dançaram quatro temas, dois com coreografia própria de cada freguesia (Tirana e Rosinha) e dois com a mesma coreografia (Chula de Roda e Ritinha).
Tiago Fernandes, ator do Centro Dramático de Viana, ficou encarregue de dizer o poema “A ti regresso, mar” de José Saramago (1922 – 2010) sob a cama musical da música tradicional “Farol de Montedor” um arranjo dos próprios Contraponto, que também participaram nesta exibição.
Seguiu-se a interpretação da canção “D’onde Vens Maria” com as Cantadeiras do Vale do Neiva, o PHOLE e Daniel Pereira Cristo, que iniciou com uma criação musical composta por João Gigante (PHOLE). Depois, foi a vez de um momento de percussão do Grupo de Bombos da Associação Cultural e Recreativa de Deocriste que se juntaram a todos os restantes músicos para acompanhar Daniel Pereira Cristo em “Malhão Belho”.
Posteriormente, o poema “Viana” de Francisco Sampaio (1937-2021), dito por Marisa Cambão, antecedeu os momentos de grande celebração do Vira, enquanto dança de excelência da região, tendo o espetáculo terminado, de forma formal, com a canção composta por Daniel Pereira Cristo “Sou da Terra do Vira”, que juntou todos os seus intervenientes.
Mas o certame só terminou verdadeiramente quando se fez a grande festa com o público, que foi convidado a descer ao “terreiro”, sendo também interveniente no espetáculo ao som de uma rapsódia.
Todos estes momentos foram acompanhados por uma grande orquestra, coordenada por Daniel Cruz, e composta por cerca de 200 músicos e cantores dos 20 grupos, acompanhados por uma pequena orquestra, também composta por instrumentistas dos grupos, a quem se deve a autoria dos arranjos musicais de várias músicas tradicionais apresentadas, como “A Tirana”, ou “A Minha Terra é Viana”.
A direção da AGFAM recorda que, no pré-pandemia, este espetáculo tinha realização bianual intercalando com o “Encontro de Culturas” também da responsabilidade da AGFAM. A presente exibição teve coorganização da AGFAM e da Câmara de Viana do Castelo com o apoio do INATEL.