Declarações após o jogo Moreirense – Casa Pia (3-2), da 22.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos, em Guimarães:
– César Peixoto (treinador do Moreirense): “Foi uma primeira parte muito bem conseguida. Fazemos os três golos. Falhámos o quarto pelo Schettine, de baliza aberta. ‘Matávamos’ o jogo. Era importante entrar forte na segunda parte e não sofrer golo nos primeiros 15 minutos. Não o conseguimos. Sofremos numa ‘carambola’ após lançamento lateral. Temos de estar mais expeditos nesses momentos, que são mais perigosos na segunda bola do que na primeira.
Era importante para nós vencer hoje. Era normal que a ansiedade se apoderasse da equipa. A equipa deixou de ter bola [na segunda parte]. Era desnecessário o segundo golo [do Casa Pia]. Até já tinha passado da hora, mas sofremos o 3-2. Nunca criaram situações claríssimas. Na segunda parte, tivemos dois lances perigosos pelo Rúben [Ismael].
O Casa Pia é uma excelente equipa. Sabíamos que ia apertar na segunda parte. Tentámos conter o Casa Pia no jogo aéreo, nos lançamentos, nos cantos, nas bolas paradas. No cômputo geral, fomos melhores. Tivemos uma primeira parte bem jogada e uma segunda em que nos ‘agarrámos’ aos três pontos.
Ficamos mais perto do nosso principal objetivo, a manutenção. Quebrar este ciclo [de jogos sem vencer] era extremamente importante. Em vários jogos, foi justo o resultado não nos ter ‘sorrido’. Depois de estar tanto tempo sem vencer, é merecido voltar às vitórias, pelo que os jogadores trabalham e acreditam. Mesmo quando não conseguimos vencer durante alguns jogos, a equipa manteve-se unida, proativa, à procura de ser feliz. Não abanámos num momento menos bom.
Na semana passada, não comentei a arbitragem do jogo com o Benfica [derrota por 3-2], [a propósito das queixas do Casa Pia relativas à arbitragem]. Foco-me na postura da minha equipa. Nunca nos desviamos do nosso caminho”.
– João Pereira (treinador do Casa Pia): “Foi um jogo de muitas emoções por vários motivos. O Moreirense fez o seu trabalho, aquilo que controla, o Casa Pia fez o seu trabalho, aquilo que controla. Podíamos ter aqui um excelente espetáculo. De certa forma, até foi, dentro do possível. O nosso futebol irá evoluir quando vier aqui a equipa de arbitragem para justificar todas as decisões, ou pelo menos as que são contestadas. Aí sim, o nosso futebol irá evoluir para o patamar do futebol europeu.
Fui proteger os meus jogadores, apenas [no final do encontro, quando correu em direção ao árbitro principal, João Pinheiro], como líder desta equipa, que muito trabalha. Viemos jogar um jogo que não foi justo, contra um adversário competente, bem organizado. Queríamos dar continuidade ao nosso desempenho, que tem sido de valorização. Esta equipa sai mais forte, com uma grande imagem. Quem entende de futebol percebe a forma como a equipa terminou o jogo. No que controlámos, fomos uma equipa competente, à exceção do terceiro golo [do Moreirense].
Apenas o Sporting de Braga e o FC Porto ganharam aqui. O Moreirense estava numa má fase, mas o jogo tornou-se muito difícil e teve muitas emoções. Não havia necessidade de tantas emoções, de coisas que as equipas não controlam. Sendo um treinador de 33 anos, venho da Liga 3, mas nunca assisti a uma coisa como esta na Liga 3.
Não posso especificar os lances [de arbitragem em que o Casa Pia se sente prejudicado]. Assistimos ao jogo através dos ‘tablets’ e dos observadores, com câmaras. Depois tiramos as nossas ilações. Temos a nossa opinião, mas seguramente a equipa de arbitragem também terá opinião. O treinador do Casa Pia tem de vir aqui, assim como o treinador do Moreirense, mas somos sempre os mesmos a falar sobre o jogo quando acontecem coisas que não controlamos.”