Declarações após o jogo da 16.ª jornada da I Liga de futebol entre Boavista e Famalicão (0-1), hoje disputado no Estádio do Bessa, no Porto:
João Pedro Sousa (treinador do Famalicão): “Foi um Famalicão realista e atentar adaptar-se às contingências do jogo e à inferioridade numérica desde os primeiros segundos. Fomos competentes, e fomos uma equipa sempre organizada e com equilíbrio tático e emocional muito grande, o que nos permitiu aguentar o jogo em ritmos elevados.
Fomos sempre competitivos, criamos sempre problemas ao adversário e evitamos que o adversário nos criasse problemas. Tivemos oportunidades para marcar e não conseguimos até ao intervalo, mas depois na segunda partem através de um lance muito rápido e inteligente, conseguimos finalizar e foi com justiça que ganhámos o jogo.
Foi um jogo muito competitivo, agressivo e com muitas faltas. O Boavista é sempre uma equipa muito agressiva e sabíamos o que vínhamos encontrar. Foi um jogo para homens e ganhou a melhor equipa.”
Daniel Ramos (treinador do Boavista): “A responsabilidade é toda minha, Perdemos, a culpa é minha e dou os parabéns ao Famalicão, que é um clube que estimo muito.
Concedemos algumas oportunidades por culpa própria, por erros posicionais e por não termos a frieza para decidir melhor em determinados momentos, muitos deles próximos da baliza do Famalicão.
Tínhamos mais um jogador em campo e podíamos ter controlado alguns contra-ataques por erros de posicionamento.
O Boavista é tido como uma equipa que faz faltas, agressiva e que tem muitos amarelos por essa forma de atuar, mas isso não aconteceu. O Boavista jogou viril, mas o que vimos foi uma equipa, a do Famalicão, que sistematicamente foi fazendo faltas, algumas delas com cartões amarelos.
Não viram situações para dois amarelos a jogadores do Famalicão, jogadores que deviam ter sido expulsos? Eu respondo, sim, claramente, mas isso não aconteceu, provavelmente, porque o guarda-redes foi expulso. Isso é falsear o que vai acontecendo no jogo.
A equipa nunca deixou de ir à procura de outro resultado e não merecíamos este resultado. O empate já era penalizador, muito mais é perdermos este jogo.”
Vítor Murta (presidente do Boavista): “Manifestei ao árbitro o meu descontentamento pela forma como foi dirigida a partida. Exigimos respeito por nós. Há uma falta sobre o Paulinho e na sequência dessa jogada há o golo do Famalicão.
Não estamos a dizer que o árbitro errou de forma propositada. O que dizemos é que o vídeoárbitro (VAR) tem criado descontentamento generalizado nos clubes. Segundo o protocolo do VAR, tendo em conta que a bola bateu na cabeça do Neris, entende-se que o VAR não poderá analisar essa situação, mas onde é que está verdade desportiva?
Toda gente viu que há uma falta na jogada que dá origem ao golo. Não se procura a verdade desportiva? Temos que estar tão agarrados ao VAR e ao protocolo do VAR como tem acontecido nos últimos tempos?
Estamos a estragar o futebol e se nada for feito vamos começar a ter o VAR dos ricos e o VAR dos pobres. Há também uma mão na área do Famalicão e seria penálti. Onde é que está o VAR?
Tem de se mudar alguma coisa. Neste momento, alguns jogadores estão no balneário a chorar porque hoje foi cometida uma injustiça. O Boavista não merecia perder e perdeu por um claro erro de arbitragem que toda a gente viu.
O Famalicão tem uma excelente equipa e é muito dirigido, mas hoje não merecia ganhar. O empate já era injusto.”