Declarações após o jogo da 15.ª jornada da I Liga de futebol entre Moreirense e FC Porto, que decorreu hoje em Moreira de Cónegos, concelho de Guimarães, e que os portistas venceram (3-0):
– César Peixoto (treinador do Moreirense): “Foi um jogo ingrato, quem olhar para o resultado pensa que foi um jogo fácil para o FC Porto e não foi. O FC Porto entrou forte, o que é normal numa equipa grande num campo difícil, sabíamos disso, mas estivemos sempre equilibrados, com capacidade para nos reajustarmos, fechar o bloco e saímos por duas ou três vezes, mas faltou definição nesses momentos.
O FC Porto fez um golo numa jogada em que tentámos pressão alta, mas cometemos um erro e tínhamos que travar a jogada com falta. Mas, a equipa continuou a jogar, entrou bem na segunda parte e o FC Porto acaba por fazer o segundo golo num lance fortuito, com alguma sorte e passividade nossa também. A partir daí, sim, o FC Porto controlou melhor o jogo, desorganizámo-nos um pouco, mas a perder por 2-0 tínhamos que arriscar um pouco e noutro ressalto sofremos o 3-0.
Até ao 2-0 foi um jogo muito equilibrado e dividido, o FC Porto com mais posse de bola, mas foi um FC Porto muito eficaz. Parabéns ao FC Porto pela vitória, mas há um lance com 1-0 que é muito violento [falta de Nehuén Pérez que levou cartão amarelo] e que pode condicionar o jogo.
Não criámos tanto? Criámos, mas não decidimos bem, ligámos muito bem o jogo e, na primeira parte, o FC Porto quebrou muitas vezes o jogo, com jogadores a serem assistidos sempre que estávamos a entrar na partida. Cada um faz o seu jogo, percebo, estavam a ganhar e era um jogo importante para eles. O FC Porto também não criou assim tanto, foi mais feliz e eficaz e acaba por ganhar bem.
Intervalo longo? Não sei porque o FC Porto demorou a vir, tem que perguntar ao seu treinador e às pessoas do FC Porto, se calhar tinha mais coisas para corrigir. Mas, há um horário para se respeitar, nós já tínhamos feito a reativação e estavam ao frio, queria perceber se era necessário fazer novamente porque pode haver risco de lesões, foi apenas essa a minha preocupação”.
Vítor Bruno (treinador do FC Porto): “Foi uma vitória clara da melhor equipa em campo que voltou a fazer um jogo sem sofrer golos, sinal da consistência que temos evidenciado. Entrámos desde o primeiro minuto a tentar fazer golo, pressionantes e agressivos, fizemos o golo e depois senti que tivemos dificuldade em encontrar os posicionamentos. Mas, ainda podíamos ter feito mais um golo, pelo Samu.
Ao intervalo, identificámos esses momentos com bola para alimentar as zonas alvo, a equipa melhorou e controlou o jogo, conseguiu fazer o 2-0 e sentiu-se a equipa mais solta. Fizemos o 3-0, foi uma vitória clara, sem mácula e agora é continuar o nosso caminho.
Já jogámos várias vezes após os rivais, muito por jogarmos na Liga Europa à quinta-feira e depois ao domingo ou segunda-feira. Fizemos o nosso papel, passamos a noite na liderança, se os rivais acusam ou não a pressão não me diz respeito, nem posso controlar. Vale o que vale porque Sporting e Benfica ainda têm que jogar.
Há dois líderes neste clube, o presidente e o treinador, cada um na sua esfera de atuação. No campo é preciso haver referências, os jogadores olharem e verem que há alguém que consiga liderar quando a voz do banco não se consegue fazer ouvir. Temos jogadores que estão a afirmar-se cada vez mais e a sentirem a importância no balneário. Claro que isto fica muito mais alicerçado pelo resultado, é impossível separar as coisas. Depois do 2-0 senti a equipa muito mais confiante e autónoma, mas isto leva tempo, as lideranças vão nascendo e aparecendo.
O Rodrigo Mora titular porquê? Não podemos ignorar o que é o salto da formação para um nível de exigência muito maior, a maior satisfação de um treinador é ver um jogador crescer e evoluir. Na formação o trabalho é muito bem feito, mas aí os jogadores passam 90 por cento do tempo com bola e sem bola fica um pouco descurado. A ideia hoje era ver como é que ele se comportava em espaços estrangulados. O Rodrigo Mora não pode pensar que está tudo resolvido, fico muito feliz por ele, mas tem muito para fazer e trabalhar. Jogou no lugar de alguém que fez um brutal na última jornada, o Namaso. Porque não jogou hoje? Por razões estratégicas”.