Declarações no final do jogo em que Portugal venceu a França por 33-27, em jogo do grupo 6 de qualificação para o Europeu de 2020:
Humberto Gomes (guarda-redes do ABC de Braga/ Portugal): “Foi um jogo especial, histórico e estou feliz por ter ajudado a equipa. Estivemos muito concentrados e não hesitámos.
Queria mandar os cumprimentos ao [guarda-redes] [Alfredo] Quintana, que é um dos elementos importantes deste grupo. Falámos entre nós que os jogadores franceses não são robôs. Têm duas pernas, dois braços e têm de provar que são melhores do que nós. Hoje, não conseguiram.”
Paulo Pereira (selecionador de Portugal): “Foi o melhor jogo [desde que lidero a seleção].
Sempre sentimos que podíamos vencer. Foi o jogo da minha vida a que mais tempo dediquei. O mais importante foi conseguirmos que os atletas não hesitassem em nenhum momento. Andámos a hesitar nos últimos anos. Às vezes, hesitamos no remate ou na defesa. [Os jogadores] têm trabalhado muito bem nos clubes e este trabalho na seleção é apenas a ‘ponta do iceberg’.
Agora, o próximo passo é conseguir manter esta forma de estar fora de casa. Normalmente, fora de casa, temos outra postura. Não basta fazer um jogo excelente. A França continua a ser uma das três melhores equipas do mundo, mesmo sem o Nikola Karabatic. Estamos felizes. Pensamos já no jogo de Estrasburgo [as duas seleções voltam a defrontar-se no domingo].
Falta um empate [para garantir o apuramento para o europeu de 2020]. É quase impossível [falhar], mas enquanto não estiverem todos os números [garantidos], temos de manter esta postura. O importante é qualificarmo-nos para o europeu, seja em primeiro, em segundo ou em terceiro.
Eles [França] começaram a encontrar soluções [no início da segunda parte], mas depois colocámos o Miguel [Martins] e o Belone [Moreira] e mantivemos o resultado.
Somos uma equipa de trabalho. Ao nível da semana de trabalho, os jogadores tiveram um determinado tipo de carga. Eles vêm de diferentes competições. Fomos gerindo os jogadores. Fomos alternando os pivôs. A França não teve nenhuma possibilidade de vencer o jogo.”
Didier Dinart (selecionador da França): “É sempre possível perder jogos. Portugal tinha ganhado os dois jogos [com Roménia e Lituânia] e hoje ganhou. Agora estamos em mais dificuldades do que Portugal, porque se ganharmos em França ainda não estamos apurados e Portugal, se ganhar, está.
Portugal é favorito no grupo 6, porque ganhou à França. França agora tem de demonstrar que é capaz de vencer Portugal [no domingo, na cidade francesa de Estrasburgo]. Esta derrota tem de servir de aprendizagem.
Somos uma equipa que ainda está em construção e à procura da sua identidade e de melhorar. A culpa [da derrota] é minha, porque eu é que oriento o coletivo.
Não creio que os jogadores estejam cansados de ganhar. Eles são jogadores com objetivos e querem continuar a ganhar. Temos de encontrar uma maneira diferente de jogar para nos tornarmos mais fortes.”