Declarações após o jogo Boavista-SC Braga (5-1), da terceira e última jornada do grupo C da terceira fase da Taça da Liga de futebol, disputado no Porto:
Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga): “Antes de mais, parabéns ao Boavista. Mereceu inteiramente ganhar. Foi mais equipa, teve mais atitude e um andamento superior ao nosso. Cometemos erros que não se podem numa competição a eliminar. Rapidamente, custaram-nos um 0-3 e tornou o jogo difícil. Não há muito mais a dizer.
Oferecemos três situações ao Boavista. A partir daí, é muito difícil alterar o resultado. Tentámos mexer, mas as contingências do jogo tornaram as coisas muito complicadas. O Boavista faz o quarto golo na primeira vez em que vai à nossa baliza na segunda parte.
Gostaria de dar uma resposta técnica sobre este jogo, mas foram tantos os erros que me levaria a dizer que houve muitíssima coisa que não esteve bem. Não vale a pena estar a pormenorizar, porque falhámos em muitos aspetos. Foi um dia mesmo muito mau. Não é esta a imagem que o Braga pode e deve deixar nos estádios. Além dos erros, acabámos por ir para o jogo com mais coração do que cabeça e isso levou-nos a fazer mais erros.
Coletivamente, e sobretudo na primeira parte, fomos uma equipa muito longe daquilo que fizemos esta época. Foram erros sucessivos atrás, no meio-campo e à frente de toda a gente. O grande responsável desta situação é sempre o treinador e tenho de assumi-la. Por isso é que sou o líder da equipa. Tenho de trabalhar para aparecer mais forte já no domingo [contra o Belenenses SAD]. Hoje é quinta-feira e não há tempo para fazer luto.”
Petit (treinador do Boavista): “Sabíamos que tínhamos de sofrer e haveria momentos em que poderíamos atacar, roubar bolas, provocar o erro e saltar na pressão. Foi isso que trabalhámos em termos estratégicos. Fizemos cinco golos em cinco remates e também tivemos mais duas ou três situações em que poderíamos ter definido de outra forma.
Em termos defensivos, estivemos muito bem. Na primeira parte, demos um lance ao Braga, que o Rafael Bracali defendeu. Na segunda parte, sempre com mais bola, o adversário teve uma outra ocasião, fez o penálti e enviou uma bola por cima da barra. Fomos consistentes em termos defensivos e ofensivos face ao que temos vindo a trabalhar. É fruto e mérito dos jogadores, que estão a acreditar no processo. Vão melhorando dia após dia e de jogo para jogo. Dou os parabéns por aquilo que fizeram.
É a imagem que pretendemos. Uma equipa com ambição, que puxe pelos adeptos. Há que dar também os parabéns aos adeptos, que foram fantásticos e já não se lembravam de uma noite destas e de conseguir objetivos para poder estar nas fases decisivas. Já fomos campeões e ganhámos taças de Portugal e supertaças, mas esta é uma competição diferente. É importante que o atleta conheça a casa e a história do Boavista.
Podem crescer muito como equipa e acredito muito na sua qualidade e trabalho diário. Agora, o foco total terá de ser no domingo [diante do Moreirense], com menos horas de descanso, mas com a mesma ambição e atitude. Nunca estivemos numa ‘final four’, mas estar entre esses quatro emblemas é importante para todos e para a história do Boavista, que esteve muito tempo afastado desses momentos. Estamos extremamente felizes.
Não exigimos ganhar, mas trabalhar para lutar sempre pela vitória. Há sempre um adversário pela frente, mas ser ambiciosos faz parte da nossa vida. Queremos sempre algo diferente, melhorar a cada treino e jogo e trabalhar para vencer algo. Andamos no futebol para conquistar troféus. Sabemos que temos várias nacionalidades e culturas diferentes. Temos de incutir neles esta história e aquilo que poderão fazer no futuro.
Expulsão? Estava feliz pelo comportamento dos meus jogadores, mas não se passou nada de especial. Às vezes, os árbitros também não gostam que nos levantemos e gesticulemos os braços. Não faltei ao respeito, mas há que respeitar a decisão.”