Declarações dos treinadores após o Arouca-SC Braga (0-6), jogo da 16.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio Municipal de Arouca:
Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga): “Falei com os jogadores na palestra antes do jogo e fiz um resumo do que fizemos neste 2021 e foi um ano memorável. Disputámos três finais, vencemos uma Taça de Portugal, que é o trofeu mais importante que temos num ano de centenário.
Criámos mais-valias importantes com a venda de jogadores para a sustentabilidade do clube. Uma das coisas pedidas pelo presidente é que olhasse para a formação, porque há um investimento grande nas infraestruturas. A face mais visível dessa aposta foi hoje, mas isto não é de hoje. No ano passado, num contexto difícil, estávamos a lutar por todas as frentes, o plantel era mais sénior e o espaço para jovens não foi tão aberto, mas, mesmo assim, consolidámos o Francisco Moura, o Bruno Rodrigues e o Vítor Oliveira também jogaram.
Hoje, alguns por mérito, outros por necessidade em função das ausências, mas são jogadores que temos debaixo de olho. O Miguel Falé tem 17 anos e joga nos sub-23, teve a vantagem de jogar no mesmo sistema que nós, não tivemos dúvidas para colmatar a ausência do Ricardo Horta para jogar e fez um jogo muito bom. Ano 2021 absolutamente memorável e terminámos em grande. Em 2022, queremos crescer estes miúdos e queremos consolidar a equipa.
O Vítor Oliveira [Vitinha] tem feito o seu trabalho, conquistou o seu espaço normalmente, tem uma elevada capacidade de trabalho, é um excelente finalizador, um jogador diferente dos que temos. Ele estica muito jogo e abre espaço entre linhas para os outros usufruírem desse espaço. Estamos satisfeitos com ele.
Relativamente ao futuro, houve uma altura em que me perguntaram sobre reforços e disse que ia falar com a administração. Não temos nenhum lateral-esquerdo de raiz, íamos ver a evolução do Buta, ou seja, íamos olhar para dentro e, em função disso, procurávamos fora. De resto, temos acima de tudo uma grande aposta na formação. Este ano somos competitivos, jogamos para ganhar, mas, no fundo, estamos a preparar o futuro e presente deste clube.”
Armando Evangelista (treinador do Arouca): “Os números falam por si, parece-me que a diferença que existe entre o SC Braga – e sabemos que ela existe – não é tão dilatada quanto o resultado possa demonstrar. A verdade é que jogando em casa estamos a assumir responsabilidade para fazer pontos, ficámos muito intranquilos com o primeiro golo e a forma como acontece, num ressalto que trai o guarda-redes.
Sentimos a responsabilidade de estar a perder em casa e não soubemos lidar com ela, não tivemos a lucidez para dar a volta de outra forma. Perdemos capacidade de controlar a largura que o Braga tem no jogo, por intermédio do Yan Couto de um lado e o Francisco Moura do outro. No meio campo, tivemos dificuldades na agressividade, na reação à perda, sentimos a paragem prolongada do Pedro Moreira e do Eugeni, do Pité estar deslocado da posição e pagámos uma fatura cara por tudo isso.
Este grupo de jogadores não merece isto, têm sido uns campeões, têm trabalhado de forma séria e árdua, mereciam outro tipo de resultado. A vida é mesmo assim, sabemos que temos uma tarefa muito difícil pela frente, nunca escondemos, vamos ter percalços nesta luta e temos de ter capacidade para nos levantar.
Tinha dito que gostaria de presentear os adeptos neste final de ano com um bom resultado e exibição, não foi possível. O que podemos dizer-lhes é para continuarem a acreditar nesta equipa, porque neste último ano tem sido uma equipa guerreira e vai continuar a ser. Não vai virar a cara à luta, tem um querer muito grande e isso nunca vai faltar aqui. Amanhã há que levantar, é um novo dia e reagir a este resultado. Cair todos caímos, os campeões tem capacidade para se erguer de cabeça levantada e olhar para o próximo jogo.”