Declarações após o jogo da 17.ª jornada da I Liga de futebol entre SC Braga e Portimonense (2-1), que decorreu na quinta-feira em Braga:
Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga): “Foi o oitavo jogo em 22 dias, não tenho adjetivos para classificar a minha equipa. Já não chegava a densidade de jogos com recuperações incompletas, porque ninguém recupera em 72 horas na sua totalidade, ainda por cima estar a perder obrigou a equipa a reverter o resultado e a redobrar esforços. A nossa equipa teve essa capacidade, contra uma equipa difícil, que se preparou muito bem para o jogo, teve uma semana para isso, nós tivemos quase só um dia para ‘afinar porcas e parafusos’.
No início, houve alguma intranquilidade e alguma desconexão, ao que não é estranho as entradas de Borja e Sporar, que entraram na equipa quase sem conhecerem os colegas, mas tinham que jogar, até pela gestão da equipa. O Portimonense fez um golo e se fizesse o segundo teria sido muito difícil reverter.
Depois, fizemos o 1-1 e o 2-1 e fechámos a equipa em 4x4x2, o adversário teve uma oportunidade para empatar, uma grande defesa do Matheus, tivemos uma pontinha de sorte, não custa reconhecer.
A equipa foi sempre serena, acreditou sempre na sua oportunidade, assumindo sempre riscos, a entrada do Tormena foi importante, porque é muito rápido, com naturalidade chegámos ao 2-1. Não digo que é uma vitória justa, porque o Portimonense fez muito por ter pontos, mas nós fizemos muito por vencer e os jogadores merecem pelo que fizeram.
A lesão do Castro parecia mais grave, mas parece uma pequena entorse na tibiotársica.
O Borja fez um excelente jogo no corredor esquerdo, tem uma forma de jogar muito parecida com o Sequeira, também pode fazer de terceiro central, foi melhorando ao longo do jogo, tal como o Sporar, que fez uma boa prestação, não conhece ainda as rotinas da equipa e isso notou-se em algumas situações.
(FC Porto, próximo adversário do Braga, poupou habituais titulares) É um assunto do Sérgio Conceição, é uma gestão natural que ele fez, porque ninguém recupera em 72 horas. Os jogadores estão em linha vermelha, estão num ponto para terem lesões, e é natural que eu e o Sérgio Conceição, treinadores de equipas que jogam de três em três dias, que façam isso, anormal seria se não fizessem.
O Paulinho é jogador do Sporting, quem deve falar sobre ele é o Rúben Amorim, não faço qualquer comentário [a declarações de Paulinho].”
Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “Faltou fazer mais golos e não sofrer os dois. Quanto ao jogo, a minha equipa fez tudo contra um Braga muito forte, com dinâmicas difíceis de parar, a minha equipa trabalhou muito bem. O Braga não teve ocasiões na primeira parte, fechámos bem o corredor central e desdobrámo-nos muito bem. Tivemos três bolas para matar o jogo na primeira parte, sofremos um golo de bandeira e depois tivemos um penálti muito ‘soft’. Nem todos os contactos na área são penálti e este caso pareceu-me um deles. Tem-nos acontecido algumas vezes e deixa um sabor amargo de frustração. Mesmo a perder a equipa demonstrou coragem para ir atrás do golo. Tiro o chapéu aos jogadores, o resultado não traduz aquilo que foi o jogo.
O Beto e o Aylton Boa Morte fizeram um trabalho super desgastante, correram imenso, muito em busca da profundidade, mas também ligaram o jogo, em busca dos três pontos. Hoje, a sorte nada quis connosco, sentimo-nos muito frustrados por não levar pelo menos um ponto de Braga. Reconhecemos o belíssimo trabalho desenvolvido pelo Carlos [Carvalhal]. Temos perdido vários pontos com situações menos claras, algumas por culpa nossa, mas hoje fizemos um jogo quase perfeito, com poucos erros, mas fizemos um jogo muito conseguido para não sair daqui com pontos.”