Cerca de 30 toneladas de sal, tingido às cores, vão ser usados, na noite de sexta-feira, na confeção dos tapetes por onde vai passar, no sábado, o andor da Senhora da Agonia, padroeira dos pescadores de Viana do Castelo.
A confeção dos tapetes de sal em cinco ruas e uma alameda da ribeira de Viana realiza-se sempre na noite anterior ao dia da padroeira, 20 de agosto, feriado municipal, mobilizando centenas de pessoas, sobretudo moradores daquela zona da cidade.
Como manda a tradição é por estes tapetes que o andor da Senhora d’Agonia irá passar no regresso da também típica procissão ao mar e ao rio.
A preparação começa meses antes da festa, mas a confeção dos tapetes que atrai milhares de forasteiros que se perdem pelas tasquinhas da ribeira, animadas durante toda noite com concertinas e cantares ao desafio.
Trata-se de um dos mais típicos números da Romaria d’Agonia que, este ano, vai contar com a presença do primeiro-ministro. Já em 2015 António Costa visitou as ruas da Ribeira durante a elaboração dos tradicionais tapetes, mas, na altura, em campanha eleitoral para as legislativas.
No sábado, realiza-se, às 14:30, a eucaristia na igreja de Nossa Senhora da Agonia, seguida da procissão ao mar e ao rio.
Quando sair da Igreja a santa envergará o manto, em veludo italiano, e o vestido, em linho que a foi feito há oito anos por Conceição Silva.
“Foi por devoção, muita fé e respeito. Sou mulher de pescador e tenho muito orgulho em ter vestido Nossa Senhora d’Agonia”, afirmou Conceição Silva.
Agora já reformada, Conceição recordou “os mais de nove meses de trabalho” que gastou nas confeção das vestes da santa “feitas à mão” e o “esforço” que teve que fazer na altura para conciliar “o emprego e o apoio aos três filhos”.
“Valeu a pena. É uma felicidade muito grande”, afirmou.
A procissão ao mar é um dos números mais emblemáticos da Romaria mas também dos mais recentes, já que se realiza, sempre a 20 de agosto, apenas desde 1968.
Já o culto em Viana do Castelo à padroeira dos pescadores tem a sua primeira referência escrita em 1744.
Segundo a VianaFestas, entidade que organiza a Romaria, este ano caberá ao barco de pesca “Montaria”, devidamente engalanado, a tarefa de levar a imagem da santa padroeira. João Montaria é o dono da embarcação e é pescador há mais de 30 anos.
Nas margens, milhares de pessoas concentram-se para ver e saudar a procissão, envolvendo mais de uma centena de embarcações de pesca e de recreio.
No regresso a terra, os pescadores transportam os andores de novo à igreja, agora pelas ruas da ribeira onde na noite anterior foram confecionados os típicos tapetes de sal.
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