Declarações após o jogo Moreirense-Marítimo (2-1), da quinta jornada da I Liga de futebol, disputado hoje no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos:
– Ricardo Soares (treinador do Moreirense): “Os meus jogadores fizeram um jogo extraordinário. A nossa intenção era entrar fortes, pressionantes e a circular por dentro, encontrando os espaços concedidos pelo adversário para criarmos situações.
Na segunda parte, com um jogador a mais, gerimos o jogo sempre com um futebol positivo. Tivemos situações flagrantes, algumas delas com falhanços imperdoáveis. Sofremos um golo de bola parada, mas merecíamos ter vencido por números diferentes.
Vitória sem sofrimento não sabe tão bem. Temos de brincar com a situação, mas trabalhar para que isto não aconteça. O futebol é mesmo assim. Tivemos oportunidades claras, mas houve uma ou outra má decisão tantas eram as facilidades em fazer golo.
Foi um jogo muito bem conseguido e foi pena que não estivessem cá os nossos adeptos. Certamente iam gostar desta exibição, mas não estão esquecidos. É também uma vitória para a malta que está de fora e perdeu a época inteira ou uma boa parte dela.
As vitórias sabem sempre bem, com mais ou menos estética. Hoje fizemos aquilo que todos os treinadores querem: aliar o resultado, porque vivemos disso, à qualidade da exibição. Estas dificuldades obrigam-nos a pensar mais e a melhorar no futuro.
[abraço a Felipe Pires] Significou gratidão para com todos os jogadores. A função deles é trabalhar no limite e superaram-se. Devemos ter uma ligação emocional forte aos atletas e fazer tudo para que eles cresçam e sejam melhores a cada dia.
[estreia de Afonso Figueiredo] Conheço bem o Afonso há muito tempo e sabia o que podia dar à equipa. Foi importante ele ficar do meu lado no início do jogo. Tivemos reuniões constantes com ele e quisemos que ele tivesse o menor número de dúvidas possível.
Demos-lhe imagens em vídeo para perceber o que pretendíamos. Ele fez este jogo fundamentalmente devido ao caráter que tem. Estava há muito tempo sem jogar, tínhamos os quatro laterais de fora e a equipa precisa dele”.
– Lito Vidigal (treinador do Marítimo): “Começámos bem. O jogo foi disputado, ficou equilibrado e o momento é a expulsão extremamente injusta [de Jean Irmer], que nos penalizou muito. A jogarmos com menos um elemento durante tanto tempo, o Moreirense superiorizou-se, fez o 2-0 antes do intervalo e tirou-nos algumas possibilidades.
Reorganizámo-nos na segunda parte e tivemos de ser muito fortes mentalmente. Criámos algumas situações e podíamos ter conseguido outro resultado. Foi pena termos feito o 2-1 já muito perto do fim. Os quatro minutos de compensação foram muito curtos, devido às substituições e à quantidade de vezes que vi jogadores do Moreirense no chão.
Nessa fase estávamos com ascendente e possibilidades de chegar às zonas de finalização. Dou os parabéns aos meus jogadores pela atitude. Trabalhámos para ter outro desfecho e deixámos o resultado em aberto até ao fim. A forma como trabalhámos faz-me acreditar que com 11 jogadores teríamos conseguido um resultado diferente.
[apatia inicial] Discordo. Entrámos melhores e os primeiros 15 minutos foram nossos. Aliás, na primeira vez que o Moreirense ataca, há um ressalto que trai o guarda-redes. Logo a seguir houve a expulsão e ficámos intranquilos. Ao intervalo disse que, se marcássemos cedo, teríamos possibilidade de alcançar um resultado positivo”.