Florbela Costa, engenheira aeronáutica com raízes familiares em Anais, concelho de Ponte de Lima, participou no desenvolvimento do helicóptero Ingenuity, um dos equipamentos que aterrou em Marte em conjunto com o robô Preserverance.
A engenheira é filha de Maria Fernanda Coroas, natural de Ponte de Lima, e residiu desde os onze anos na zona Centro do país (Aveiro), onde se formou em engenharia espacial na Universidade da Beira Interior. Atualmente vive na Suíça, onde trabalha para o grupo Maxon.
O equipamento que a portuguesa ajudou a desenvolver foi um dos “elementos-chave” e novidade neste tipo de missão levada a cabo pela NASA. Aliás, este helicóptero foi a primeira aeronave que a humanidade enviou para outro planeta, refere o jornal Público, citando a engenheira.
De acordo com aquele jornal, a portuguesa trabalha na empresa Maxon Group (na Suíça) e foi a gestora técnica do projecto para o desenvolvimento e produção de seis motores que controlam o movimento das pás do rotor (parte giratória que faz a propulsão) do helicóptero.
“Será a primeira vez que um helicóptero irá descolar da superfície de Marte, o que irá ajudar a entender melhor e estudar o ambiente do planeta”, disse a “filha” de Ponte de Lima.
A engenheira de 32 anos manifestou-se agradada com o projeto devido à especificidade e aos “muitos detalhes técnicos”. “Tínhamos de analisar todos os possíveis riscos e tomar ações através de testes ou análises para que nada falhe”, sublinhou.
“As amostras que o Perseverance irá recolher fazem parte de uma longa missão para trazer amostras de solo de Marte de volta para a Terra”, que devem apenas regressar daqui a uma década.
“Tenho a certeza de que vamos lá chegar [humanos em Marte]. A única pergunta é daqui a quantos anos”, rematou.
O robô “Perseverance”, da missão da NASA, aterrou na passada terça-feira, pelas 20:56 de Lisboa, na superfície de Marte, para recolher amostras do solo e de outros elementos do planeta.
A aterragem do “Perseverance” (“Perseverança”), uma missão não tripulada da Administração de Aeronáutica e Espaço (NASA), foi transmitida nas redes sociais Twitter e YouTube e também na página oficial da NASA na internet, desde as 19:15 em Lisboa.
As operações estiveram a ser coordenadas a partir do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em La Cañada Flintridge, na Califórnia (Estados Unidos).
O sinal proveniente de Marte demorou pouco mais de dez minutos a chegar à Terra, ou seja, quando a equipa responsável pela coordenação da aterragem do “Perseverance” recebeu a informação de que o robô tinha aterrado, o aparelho já estaria há vários minutos no solo.
A entrada na atmosfera de Marte ocorreu às 20:48 em Lisboa e foi o ponto sete de uma lista com mais de 35 requisitos imprescindíveis para que a aterragem ocorresse sem quaisquer problemas e que estava a ser monitorizada ao segundo.
A fase final do processo demorou cerca de sete minutos.