Festival Ponte d’Lima deu ‘barraca’ e agora vai mudar de estilo

Organização garante que dívidas vão ser pagas
Festival ponte d'lima deu 'barraca' e agora vai mudar de estilo
Foto: Shootsounds / Festival Ponte d’Lima / Arquivo

As duas primeiras edições do Festival de Ponte d´Lima não correram bem e acabaram por dar prejuízos avultados à organização. Nos últimos 10 meses, as contas têm vindo a ser pagas, mas há quem assegure que ainda há pagamentos em falta.

A empresa organizadora assume que o conceito “não correu bem” e deu “prejuízo”, porém sublinha que está “tudo resolvido” e, o “que não estiver, ficará muito em breve”.

O MINHO falou com elementos da equipa de comunicação, com a empresa responsável pela produção (Gig.Rocks) e com a entidade organizadora (SonsObservados), para tentar perceber, afinal, o que se passou. Fica claro que, em termos financeiros, não foi bom para ninguém.

Equipa de comunicação recebeu os valores em dívida a 08 de julho

Tiago Martins é um dos elementos da equipa de comunicação do festival, subcontratada pela Gig.Rocks, e revela que a primeira tranche foi feita antes do evento. A segunda, no valor de 5.000 euros, caiu na conta na terça-feira, dia 08 de julho.

“Pagaram quando necessitavam de acesso às redes sociais, para começar a promover a edição deste ano”, acredita o músico.

Tiago Martins é o vocalista da banda barcelense Gator, The Alligator, que também subiu ao palco na edição de 2024, e garante que ainda não foi pago pelo concerto, estando em dívida o cachet do grupo.

Na mesma linha, Raquel Luz, outros dos elementos da equipa de comunicação do festival, revela que já receberam, “mas existem muitas equipas, trabalhadores e bandas que ainda não receberam”.

“É a sensação de uma falha de alguém em quem confiamos, que pensamos que nos ia pagar atempadamente. É um sentimento de desilusão”, desabafa ao nosso jornal.

Gig.Rocks, responsável pela produção, confirma “valores por saldar”

Jorge Dias, da Gig.Rocks, revelou que “ao fim de duas edições, existiam valores que estavam pendentes” para com a Gig.Rocks, mas “também para com entidades artísticas, técnicas e outras”.

“Sempre trabalhamos com alguma proximidade com a SonsObservados, no sentido de resolver esta situação. Alguma desorganização dentro da própria empresa organizadora levou a que existissem várias falhas de comunicação”, acrescentou o co-fundador da Gig.Rocks.

Jorge Dias adianta que a SonsObservados “tem feito, efetivamente, pagamentos”, mas garante que ainda “existem valores por saldar”.

SonsObservados assume prejuízos e garante que “está tudo resolvido ou a resolver-se”

O MINHO entrou em contacto com a empresa responsável pela organização do Festival Ponte d’Lima e conseguiu falar com uma fonte que preferiu não ser identificada.

Ao nosso jornal assumiu que “houve muitas pessoas envolvidas, uma série de mal entendidos, uma má gestão em várias frentes e na estratégia”.

“Fomos pagando dívidas, e se houver algo ainda em falta será resolvido como deve ser”, assegurou.

“Não queremos ter lucro, mas dar prejuízo é uma chatice. E deu bastante. Nós confiamos nas pessoas, que estão ligadas à música, e que tinham uma ideia fantástica. E foi o que foi. Foi uma desgraça em termos financeiros. E, pior do que isso, fica a nossa imagem. E não queremos que ninguém fique sem receber”, reforça a mesma fonte.

Festival vira-se para a música eletrónica durante dois dias

Nas duas primeiras edições, o festival produzido pela Gig.Rocks juntou um rol de nomes relevantes da música alternativa, entre o rock, pop e eletrónica. A banda australiana Wolfmother foi o principal destaque na primeira edição, em 2023, onde também atuaram Moullinex, David Bruno, José Pinhal Post Mortem Experience, Caio, Gin Party Soundsystem ou Capitão Fausto. De acordo com a organização, nesse ano, passaram por Ponte de Lima mais de 10 mil festivaleiros ao longo dos três dias, 70% de fora do distrito de Viana do Castelo.

Já em 2024, os norte-americanos !!!(CHK CHK CHK), Osses, The Last Internationale, os congoleses KOKOKO e o sírio Omar Souleyman foram as principais atrações. O passe geral custava 70 euros.

Contudo, a empresa SonsObservados assume que “o conceito não correu bem”. Refere ainda que foram aconselhados “a criar um novo conceito de festival com o objetivo de as coisas irem sendo equilibradas, quer em termos financeiros quer em termos de sucesso para a região”.

“Estamos a começar uma nova caminhada” assegura, acrescentando que “esta é uma versão diferente, mais virada para a eletrónica”.

A empresa garante ainda que está a resolver a questão dos bilhetes que foram sendo vendidos ao longo dos últimos meses, ainda antes de ser divulgado o novo conceito, disponibilizando meios e plataformas para a devolução do dinheiro.

A edição deste ano acontece nos dias 01 e 02 de agosto, na Expolima, entre as 17:00 e as 02:00, com a presença DJEFF (dia 01) e Kura (dia 02).

 
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