Festival da Vitela ajuda “a consolidar um património imaterial” de Fafe

O Festival da Vitela Assada à Moda de Fafe, que cumpre este ano a terceira edição, reforça a autoestima dos locais, ao projetar a iguaria e atrair apreciadores, disse hoje o vereador Pompeu Martins.

“Os fafenses têm um reconhecimento e uma autoestima mais elevada em relação ao seu produto gastronómico mais emblemático”, comentou o autarca.

Falando a propósito da próxima edição do certame, agendada para o período de 16 a 18 de setembro, Pompeu Martins disse estar seguro de que o festival gastronómico dedicado à vitela assada, graças à notoriedade que tem granjeado, nomeadamente através da comunicação social, ajuda “a consolidar um património imaterial” do concelho, que considerou ser a receita da vitela assada à moda de Fafe.

Atualmente, frisou, há muito mais pessoas a deslocar-se a Fafe para consumir aquela especialidade gastronómica que já era afamada no século XIX, de acordo com textos da época.

O facto de o pitéu, preparado de forma tradicional, em forno a lenha, representar, cada vez mais, um negócio para a restauração da cidade e do concelho, tem permitido, frisou ainda, que a tradição não se perca, passando dos mais velhos para os mais jovens.

“Há cada vez mais interesse em incorporar a receita”, afirmou, congratulando-se com o facto de o prato ser ainda hoje a escolha da maioria das famílias fafenses para o almoço de domingo, para além de poder ser apreciado, à quarta-feira, dia de mercado semanal, na maioria dos restaurantes da cidade.

Em 2015, foram servidas nos três dias de certame mais de 10.000 refeições, o que corresponde a cerca de três toneladas de vitela. Para além do impacto económico direto na restauração e hotelaria durante o evento, o vereador sublinha que muitas pessoas que estiveram no festival em 2014 e 2015, por terem apreciado o prato, acabaram por regressar várias vezes a Fafe, ao longo do ano, para consumirem a vitela assada.

“É isso que nos têm dito os responsáveis dos restaurantes”, acrescentou, aludindo ao retorno económico que tem sido alcançado.

A notoriedade e atratividade do festival tem, por outro lado, conseguido divulgar a especialidade gastronómica junto das gerações mais novas, de dentro e de fora do concelho, que não conheciam a fama da vitela à moda de Fafe.

“Este festival serve para mostrar ao país que o melhor sítio para comer a vitela à moda de Fafe só pode ser na nossa terá, porque é algo de único”, disse.

A preparação do repasto, explicou, usa exclusivamente vitela, ou seja, uma vaca com idade inferior a nove meses, o que confere uma textura mais macia à carne, muito apreciada pelos comensais. Os animais, de raça barrosã ou minhota, são alimentados com leite e pastos produzidos na Serra de Fafe, garantindo um melhor sabor, igual ao que desfrutavam os nossos avós, acrescentou o vereador

Cumprindo o ritual que passou de geração em geração, na cozinha, o prato centenário é temperado com vinho verde branco, louro, pimenta e alho.

Os “donos do segredo”, alguns com décadas de aprumo e experiência, respeitam quase religiosamente os preceitos de preparação preconizados pela confraria, para que a carne e os acompanhamentos entranhem, sem pressas, os sabores, os aromas e as tonalidades de uma verdadeira “Vitela Assada à Moda da Fafe”.

Os especialistas dizem que, assim, o “pitéu casará” na perfeição com o vinho verde que se produz no concelho.

De sexta-feira a domingo, os restaurantes presentes no certame vão preparar a vitela com fornos a lenha e pingadeiras tradicionais, um recipiente em barro minhoto utilizado para assar demoradamente a carne.

A mostra gastronómica propiciará ainda aos visitantes a oportunidade de, entre as principais refeições, petiscarem bolinhos de bacalhau, pataniscas, alheiras ou as moelas, entre outros sabores do Minho, “regados” com o vinho verde.

O espaço terá ainda uma pequena mostra com produtos da terra, para os visitantes poderem observar ou adquirir vinhos, compotas, enchidos, doces tradicionais, destacando-se o famosos pão-de-ló e doces de gema locais, e artesanato.

A tenda gigante onde trabalharão os restaurantes, a instalar na Praça das Comunidades, com 1.500 metros quadrados, terá capacidade para servir 600 refeições em simultâneo.

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