O ‘ferry’ internacional que liga Caminha (Alto Minho) a La Guardia (Galiza) transportou, entre abril e julho, 23.647 passageiros, “mais de metade dos registados em todo o ano de 2013”, quando se venderam 46 mil bilhetes.
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Em declarações, o presidente da Câmara Municipal, Miguel Alves, considerou tratar-se de “indicadores extraordinários” face aos condicionalismos a que esteve sujeita aquela travessia do rio Minho, que obrigou à paragem do ‘ferry’ durante cerca de 11 meses.
“O ‘ferryboat’ Santa Rita de Cássia retomou o funcionamento em abril passado, de forma condicionada, só aos fins de semana. Em junho fazia a travessia apenas durante as marés altas. Só começou a trabalhar de forma interrupta a partir de 01 de julho, mês em que se foi iniciada a cobrança de bilhetes. Só neste mês a receita foi de 30.726 euros”, explicou.
Miguel Alves adiantou que estes números “vêm confirmar a opção de investimento forte” que o executivo decidiu fazer na recuperação da travessia”, naquele curso internacional de água.
“Quando chegamos à Câmara Municipal, o ‘ferry’ ia acabar, os trabalhadores da embarcação e da bilheteria já tinham sido informados do fim da travessia. A embarcação não estava registada na Conservatória, a autarquia tinha desistido do ‘ferry’, e a areia acumulava-se no cais e no canal”, sustentou.
O ‘ferryboat’, que começou a cruzar o rio Minho em 1995, parou em abril de 2014 para a renovação do certificado de navegabilidade e para a realização de obras no pontão flutuante e de extração de areias junto ao cais.
Aquela dragagem começou em junho daquele ano, orçada em cerca de 16.875 euros, e não resolveu o assoreamento junto ao cais.
Em março deste ano arrancou nova operação de dragagem de mais de 19 mil metros cúbicos de areia do cais de atracação, num investimento de 72 mil euros “integralmente” suportado pela Câmara de Caminha.
“Investimos cerca de 120 mil euros em dragagens e apostamos no ferry porque sabíamos da sua importância para o comércio local. Os resultados começam a estar à vista. Precisamos de incrementar o número de passageiros, dar mais publicidade à travessia e continuar a fazer a manutenção mas os primeiros indicadores são extraordinários”, sustentou o autarca.
Miguel Alves adiantou que a receita da bilheteira do lado espanhol “foi inteiramente transferida” para os cofres da autarquia de Caminha, uma exigência do município português por ter “assumido, sozinho, o investimento de recuperação do canal de navegação do ‘ferry'”.
De acordo com os números avançados pelo autarca, entre 03 de abril e 30 de junho, atravessaram o rio Minho, naquele ‘ferry’, cerca de 11.483 passageiros. Já durante o mês de julho aquela ligação registou 12.164 passageiros.
“O ‘ferry’ reaparece em grande e em pouco tempo injeta mais de 20.000 pessoas no comércio de Caminha e torna-se em mais uma oferta turística para a nossa terra”, disse.
Entre 2011 e 2013, a bilheteira de Caminha registou, em média, 62 mil passageiros por ano. Em 2000 foram contabilizados 169.696 passageiros.
Caminha é único concelho do vale do Minho que depende do transporte fluvial para garantir a ligação regular à Galiza, enquanto os restantes quatro concelhos da região dispõem de pontes internacionais.