Espumante, taças, medalhas, bandeiras, hinos, confetes, aplausos, gravatas e fatos-macacos compuseram a última noite da prova automobilística de montanha, na Falperra, em Braga. Alegria para uns, tristeza para outros. Assim foi a subida ao pódio, da competição da FIA, Hill Climb Masters 2021, com os vencedores a erguerem taças de costas voltadas para a cidade de Braga, mas de olhos arregalados para a plateia aglomerada nos primeiros degraus do Sameiro.
Italianos estiveram em grande destaque. Christian Merli conquistou o primeiro lugar do pódio com o cronómetro a marcar 1 minuto e 2,033 segundos. Dirigiu a uma velocidade média de 172.4 quilómetros por hora. A diferença de tempo entre Merli e Simone Faggioli foi nada mais que 617 centésimas de segundo, o que valeu a Faggioli o terceiro patamar do pódio.
Quanto tempo demora um suspiro? Bem, demorará com certeza mais do que 359 centésimas de segundo, a diferença de tempos entre o primeiro e o segundo classificado da prova o francês Geoffrey Schatz. Na prova feminina, seguida por Martina Raiti e Sarah Bernard, Olivia Cooper obteve o melhor tempo com a subida da rampa, em 1 minuto 18.803 segundos.
A marcar agenda, altos representantes da Federação Internacional de Automóvel estiveram presentes, bem como o secretário de estado do desporto, João Paulo Rebelo, e o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio.
O MINHO acompanhou a cerimónia e aproveitou para conversar com pilotos vencedores e com organizadores da competição. Imad Lahoud, presidente da comissão da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para a Hill Climb Masters, serviu-se da ocasião para se congratular com a organização deste mega evento no período de pós-pandemia.
“Estamos muito satisfeitos com todos os esforços necessários, que culminaram na realização desta prova, porque, enquanto organização, testemunhamos a imensa satisfação dos adeptos”, afirmou.
Abraçado a Imad Lahoud, estava o secretário-geral da FIA, Vicent Caro, que manteve o silêncio, enquanto o presidente da comissão explicava: “Muita gente não conhece Braga e independentemente do investimento envolvido na prova, os ganhos para cidade e para a modalidade desportiva são incalculáveis”.
Christian Merli desceu do pódio com um sorriso rasgado. “Estou muito contente com esta vitória”, afirmou o vencedor da prova de montanha consagrado, pela segunda vez. “A adesão foi enorme nesta retoma da competição depois da pandemia, o público é belíssimo, a pista é muito bonita e sou muito feliz aqui na Falperra”, acrescenta. Apesar do resultado, que o coloca como o grande vencedor da noite, Merli não subestima a concorrência: “Ferozes e muito velozes, tanto o Fagiolli como o Schatz são dois pilotos fortíssimos”. O campeão despediu-se sem pronunciar a receita do sucesso.
Schatz Geoffrey estava tranquilo com o resultado. “É uma pista muito rápida, que exige muita técnica. Preciso de encontrar um carro mais ajustado, mas estou satisfeito com este resultado por cima do Simone (Fagiolli) e debaixo do Christian (Merli)”, verbaliza uma onomatopeia francesa que resulta num “pfff” de satisfação, com o segundo lugar. “O público é incrível e este sítio é lindo”, comenta o piloto sobre a plateia no Sameiro.
Simone Faggioli estava pouco recetivo a perguntas. Ausentou-se rápido e limitou-se a classificar o evento, a pista, a organização e os fãs como “belíssimos”. Já Sarah Bernard, a terceira classificada na competição de tempo feminina, falou pelos cotovelos.
“Come on, ladies! Este é um desporto incrível que pode ser praticado pelos dois géneros e por isso convido todas as mulheres que gostam de conduzir a experimentar”, respondeu Sara à luta pela igualdade de género, dentro do automobilismo. Apesar de obter o terceiro tempo mais rápido no geral da competição feminina foi vencedora na categoria.
“O ambiente, a multidão é do melhor que conheço, a pista é muito rápida e interessante para competir. É um dia incrível sinto-me super emocionada”, conclui a corredora, antes de beber o Martini disposto na mesa predestinada ao cocktail dos campeões.