O canoísta de Ponte de Lima acabou de aterrar, na manhã desta quarta-feira, em Portugal após conquistar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio K1 1000. “Que orgulho levantar a mais bonita bandeira do mundo”, escreveu o canoísta na sua página de Facebook, antes de responder às perguntas dos jornalistas que o esperavam no aeroporto.
Questionado sobre o facto de ser um de cinco portugueses que conquistaram duas medalhas nos Jogos Olímpicos, Fernando Pimenta respondeu que ainda estava a cair na realidade: “Ainda estou a sentir o peso da medalha”. “Ainda não estou a acreditar muito bem neste momento. Foi um dia extremamente cansativo, ainda não me deu para rever a regata. Só hoje é que me apercebi o quão próximo fiquei da prata”, disse.
E acrescentou: “Acho que na história já estava pelos resultados que tenho alcançado, mas ao meu currículo olímpico acho que ainda posso acrescentar alguma coisa”.
Com três medalhas conquistadas em Tóquio2020, uma vez que o judoca Jorge Fonseca alcançou a de bronze na categoria de -100 kg e Patrícia Mamona arrebatou a de prata no triplo salto, Portugal já igualou o melhor pecúlio em Jogos Olímpicos, reeditando as três subidas ao pódio de Los Angeles1984 e Atenas2004.
Portugal passou a contar 27 medalhas em Jogos Olímpicos (quatro de ouro, nove de prata e 14 de bronze), duas das quais na canoagem, ambas com a participação de Fernando Pimenta, que integra agora o restrito grupo de atletas lusos com dois pódios no maior evento desportivo mundial, juntamente com os atletas Carlos Lopes, Rosa Mota e Fernanda Ribeiro e o cavaleiro Luís Mena e Silva.
O “combustível” para continuar em alta, afirma o canoísta limiano, “querer mais, não estar satisfeito”.
“Atingir este pódio é um marco importante, tenho muito para dar ao desporto nacional e sinto-me capaz de nos próximos anos continuar a conquistar medalhas para Portugal. Quero sempre mais e melhor”, vincou, mostrando o desejo de nos próximos “dois ou três dias” estar com a família e depois “voltar ao trabalho”.
“Quando saí daqui [de Portugal] disse que a medalha da minha vida já a tinha – a minha filha – e tudo o que vier vai ser um acrescento e motivo de orgulho para ela”, considera Fernando Pimenta, esperando que os seus resultados sirvam de “incentivo aos mais novos”.
Agora, segue-se uma curta fase de descompressão – “esta semana o treinador já me disse que dava rédea mais solta” – mas “a seguir é trabalhar para o campeonato do mundo”.
Quanto a beijar o pódio quando foi receber a medalha, Fernando Pimenta explica que “queria que fosse uma subida ao pódio diferente”.
O atleta é recebido pelas 19:00 desta quarta-feira no Largo de Camões, no centro da vila de Ponte de Lima.