Fernando Pimenta “bastante triste” sem os K1 1.000 e 5.000 metros nos Jogos Europeus

Foto: DR

O canoísta Fernando Pimenta, que contabiliza 130 medalhas em competições internacionais, assumiu hoje que os Europeus de Cracóvia serão “bastante tristes” pelo facto de não contemplarem as suas distâncias de eleição, os 1.000 e 5.000 metros.

“Para mim – e para muitos atletas – são uns europeus bastante tristes porque a organização não teve em consideração todas as distâncias, algumas com muita história, principalmente os 1.000 metros”, desabafou, à agência Lusa, o medalhado olímpico.

A partir de quarta-feira, Pimenta entra em competição nos Jogos Europeus – na canoagem, será igualmente campeonato da Europa – a fazer K1 500 metros, vertente na qual tem alguns pódios em Taças do Mundo, e K4 500, com o qual nunca competiu internacionalmente.

“Como é obvio, é sempre muito bom para a canoagem poder estar nestes ventos multidesportivos, para lhe dar maior visibilidade e poder mostrar o espetáculo que consegue dar, mas como já aconteceu em outros anos, tinham feito os Jogos Europeus e o campeonato da Europa à parte. Os atletas que só se dedicam aos 1.000 metros têm este ano apenas duas taças do Mundo e depois, com distância muito grande, o mundial que apura para os Jogos Olímpicos”, lamentou, sentindo-se, por isso, no lote dos “prejudicados”.

Nos Jogos Europeus Baku2015 Pimenta foi prata em K1 1.000 e K1 5.000 metros, exatamente os pódios que alcançou quatro anos mais tarde, em Minsk2019, pelo que uma nova medalha na Polónia será, forçosamente, uma estreia.

“É tentar encarar da melhor forma possível. Os 500 metros não são a minha especialidade, mas obviamente quero dar o meu melhor, contribuir para a equipa, que é um dos meus objetivos. E dar o meu máximo também em K4”, prometeu, fazendo, neste caso, equipa com Emanuel Silva, Kevin Santos e David Varela.

Pimenta revelou que o quarteto chegou domingo a Cracóvia com apenas quatro treinos de conjunto, assumindo que “foi engraçada” a experiência, gostou das “boas sensações”, contudo assumiu que com tão pouco trabalho “não há milagres”.

“É tentar ir aos poucos, pensar nas semifinais, depois um lugar na final, que será extremamente difícil, no entanto é o que queremos. Sempre focados nas finais”, vincou.

O limiano, que tem estado a “trabalhar volume”, sublinha que em 2023 o foco está unicamente nos mundiais de agosto, em Duisburgo, Alemanha, nos quais os seis mais fortes do planeta se apuram diretamente para Paris2024 em K1 1.000 metros.

“Não trabalhei a pensar nos Jogos Europeus, mas no campeonato do Mundo. Porém, quando estamos descontraídos normalmente as coisas também sabem bastante bem. A ver o que se consegue. Se conquistasse mais uma medalha, seria ótimo”, concluiu.

Do pecúlio de pódios internacionais de Fernando Pimenta destaca-se o bronze em Tóquio2020 em K1 1.000 e a prata em Londres2012 em K2 1.000, juntamente com Emanuel Silva.

Portugal vai apresentar-se em Cracóvia com uma missão de 206 atletas distribuídos por 23 modalidades.

 
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