Fernando Pimenta aclamado na chegada a Ponte de Lima: “És um grande campeão”

Canoísta recebe apoio popular após falhar medalha nos Jogos Olímpicos
Foto: CM Ponte de Lima

O canoísta Fernando Pimenta foi aclamado por centenas de pessoas, ontem à noite, em Ponte de Lima.

O atleta olímpico e o seu treinador, Hélio Lucas, foram recebidos no Largo de Camões pelo presidente da Câmara, Vasco Ferraz, e por muitos limianos que quiseram mostrar o seu apoio.

“Ponte de Lima recebeu no Largo de Camões o nosso campeão Fernando Pimenta e o treinador Prof. Helio Lucas Araújo! Força Fernando Pimenta, és um grande campeão”, escreve a autarquia na sua página de Facebook.

Como O MINHO noticiou, o canoísta Fernando Pimenta assumiu que tem sido encorajado pelos seus seguidores a continuar uma carreira repleta de medalhas internacionais, após um frustrante sexto lugar na final de K1 1.000 metros dos Jogos Olímpicos Paris2024.

“Muitos portugueses, e não só, têm-me escrito mensagens a pedir para eu continuar. Depois de uma época tão difícil como esta, já me passou pela cabeça atirar a toalha ao chão. Senti-me muito cansado, às vezes sem cumprir objetivos, mas este empurrão ajuda bastante”, confidenciou aos jornalistas, após a chegada ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto.

O limiano, de 34 anos, falhou a possibilidade de se tornar o primeiro português a conquistar três medalhas olímpicas na quarta participação em Jogos, após a prata em Londres2012, em dupla com Emanuel Silva, na prova de K2 1.000 metros, e o bronze em Tóquio2020, na sua distância predileta.

“Sinceramente, não senti peso nenhum. Foi o que sempre disse: havia uma probabilidade de conseguir uma medalha, mas também havia de não conseguir nenhuma. Infelizmente, saiu esta última probabilidade que não queríamos”, lamentou.

Fernando Pimenta terminou a final em 3.29,59 minutos, a 5,52 segundos do novo campeão olímpico, o checo Josef Dostal (3.24,07), num pódio completado pelos húngaros Ádám Varga (3.24,76) e Bálint Kopasz (3.25,68).

“Estava no lote dos candidatos, mas no final não me consegui encontrar bem. Fiz basicamente o mesmo tempo do que na meia-final, na qual tive uma boa gestão. Senti que dei o meu máximo, mas não dei o meu melhor. Quando assim é, ficamos tristes. Queria trazer uma medalha para Portugal. Saí de lá sem qualquer medalha, mas com o moral muito em alta pelo apoio de todos os portugueses”, reiterou.

Com desfecho idêntico ao Rio2016, onde foi quinto colocado em K1 1.000 e sexto em K4 1.000, o canoísta voltou a ficar aquém da única medalha em falta num extenso palmarés, com um total de 145 pódios, entre Jogos Olímpicos, Mundiais e Europeus.

“Nem uma medalha consegue reconfortar esses momentos duros de treinos e de ausência da família. Passámos muito tempo em estágio e receber este carinho ajuda, não só a mim, mas também à minha família, aos amigos e a quem me apoia, porque sentem que estão numa onda de energia positiva”, valorizou.

Os Mundiais de distâncias não olímpicas e de maratonas seguem-se na agenda de Fernando Pimenta, que almeja uma quinta presença olímpica em Los Angeles2028, nos Estados Unidos, onde Messias Batista espera melhorar o sexto lugar alcançado com João Ribeiro no K2 500 metros.

“Já se passaram alguns dias da final. Não vou esconder a tristeza que tenho de não poder partilhar uma medalha olímpica com o João. Tínhamos indicadores que nos permitiam sonhar com isso, mas tenho de estar orgulhoso destes anos que fiz com o meu parceiro. Estou de consciência tranquila de que fizemos todos os possíveis para chegar a Paris2024 na melhor versão, mas o desporto é assim”, atirou.

Oitavos colocados na final de K4 500 em Tóquio2020, a par de Emanuel Silva e David Varela, Messias Batista e João Ribeiro partiram para França como campeões mundiais de K2 500 e apontavam às medalhas, mas não passaram do diploma olímpico.

“Não há ‘replay’ e isso é que torna o desporto interessante. Os Jogos Olímpicos têm um pouco esse mistério de naquele momento ter de correr tudo bem. Não desprezo os adversários, que foram melhores, mas gostava de estar aqui a festejar com uma medalha”, admitiu, logo após ter testemunhado uma receção apoteótica dos campeões olímpicos Iúri Leitão e Rui Oliveira, vencedores da prova de madison de ciclismo de estrada, no aeroporto.

 
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