Fenómeno extremo arrancou telhados, sinais de trânsito e até relva em Famalicão

Um fenómeno meteorológico extremo ocorrido ao início da tarde desta quinta-feira, em Gondifelos, concelho de Famalicão, provocou danos em fábricas, casas e no mobiliário público, dada a velocidade do vento e intensidade de chuva durante cerca de um minuto.

Ao que apurou O MINHO no local, lugar de Romães, já perto das fronteiras com os concelhos de Barcelos e Póvoa de Varzim (distrito do Porto), o fenómeno afetou pelo menos duas moradias e duas fábricas, uma de móveis e outra de compotas em bisnaga.

Vento entrou pela extração de ar e não tinha por onde sair

Jorge Ferreira, gerente da K Móvel, empresa de mobiliário sediada naquele lugar, adiantou a O MINHO que a intensidade foi tanta que as ventoinhas de extração de ar começaram a funcionar ao contrário, expelindo o ar para o interior da fábrica. Segundo um dos funcionários da empresa, o incidente aconteceu entre as 14:30 e as 14:38, hora em que tem registo da sua chamada de emergência.

“Também aqueles vidros ali em cima partiram com a força do vento, que entrou pelo sistema de ar e não teve por onde sair”, apontou o empresário, dando conta de várias janelas afetadas pelo fenómeno. Uma palete com material que estava guardada num local foi atirada cerca de 50 metros para um campo agrícola ao lado.

Paulino Ferreira, pai de Jorge, disse que em 50 anos que vive naquele lugar, “nunca tinha visto nada igual”, testemunho secundado por outros habitantes, um deles com 83 anos, que “também nunca” viu nada assim.

Foto: Fernando André Silva / O MINHO

Na casa de Paulino Ferreira, localizada ao lado da fábrica, o vento levantou parte da relva sintética, carregando-a durante alguns metros. Entre a casa e a loja da K Móvel, também nas imediações, o vento derrubou um sinal de trânsito, entretanto recolocado no lugar por Jorge Ferreira.

Foto: Fernando André Silva / O MINHO

Fábrica de compotas ficou sem parte do telhado

Na fábrica em frente, do outro lado da estrada nacional 206, que liga Famalicão à Póvoa de Varzim, onde se encontra a trabalhar a empresa de compotas em bisnaga “Meia-Dúzia”, o vento levou “parte do telhado”, adiantou a O MINHO fonte dos Bombeiros Famalicenses, que estiveram no local em conjunto com a GNR e com a Proteção Civil municipal.

Foto: BV Famalicenses

Segundo os bombeiros, e apesar de ter sido mobilizada uma ambulância de socorro, não há registo de feridos, e as telhas apenas atingiram carros que estavam estacionados no parque da empresa, não chegando a danificar nenhum veículo em circulação naquela movimentada via.

Casa fica sem 60 telhas e espigueiro é reduzido a pedras

Há registo ainda de uma casa desabitada e em construção que ficou sem “60 telhas” de um telhado que foi “posto há um mês”, entretanto repostas. Também um espigueiro antigo, noutra moradia, ficou reduzido “a um monte de pedras”.

O MINHO tentou saber junto do IPMA qual a classificação para este fenómeno extremo, mas sem sucesso até ao momento.

A GNR registou a ocorrência.

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados
x