Feirantes de Viana do Castelo estão a preparar uma manifestação, na sexta-feira de manhã, pelo regresso do setor à atividade.
“O que faz falta é voltar a trabalhar. A gente quer feirar”, afirma a O MINHO Manuel Peixoto, comerciante do setor do calçado.
A ação, prevista para o local onde habitualmente se realiza a feira, “está a ser elaborada por uma comissão de colegas em colaboração com as autoridades locais, tendo as devidas autorizações para a realização”, e será cumprido o distanciamento social.
O objetivo é que, “entre todos”, seja elaborado “um plano de ação tendo em vista a abertura da feira o mais breve possível”, refere Manuel Peixoto, sublinhando que este é um “movimento espontâneo” e que pretende “agregar todas as associações” e incluir “todos os feirantes”, que em Viana do Castelo serão cerca de 200.
“O problema das feiras é que estão a ser metidas no mesmo lote dos festivais e eventos similares, como é um meio de concentração de muita gente”, considera o feirante, contrapondo que é possível voltar à atividade com todas as medidas de segurança e higiene, dando como exemplo Barcelos e Senhora da Hora (Matosinhos), onde as feiras já reabriram, ainda que parcialmente.
Manuel Peixoto afirma que o impacto da pandemia de covid-19 está a ser devastador para os feirantes e teme mesmo que “muita gente não volte a trabalhar na feira”, sublinhando que o setor já vem desde há algum tempo a definhar. “Parte-me o coração ver as feiras desaparecerem”, desabafa.
“Tem desistido muita gente. [Em Viana do Castelo] o recinto antes não chegava para toda a gente e hoje metade do espaço está vazio”, refere o comerciante, acrescentando que “estes dois meses a caminho de três [sem trabalhar] estão a ser sufocantes”.
A feira de Viana do Castelo praticamente não tem venda de produtos agrícolas, estando estes concentrados no Mercado Municipal, cujo terrado reabre hoje.
“A partir de agora, podem ser adquiridos produtos frescos às terças, quintas e sextas-feiras, numa medida tomada para permitir aos comerciantes escoar os produtos agrícolas e para possibilitar uma utilização mais adequada do espaço, com o distanciamento social pretendido”, refere a Câmara de Viana do Castelo em nota de imprensa.
Agora, aguardavam vez os feirantes.