A Federação Concelhia das Associações de Pais de Famalicão (FECAPAF) estima que “pelo menos 7.000 famílias” deste concelho estejam “a viver um caos” devido às alterações aos contratos de associação, disse, esta segunda-feira, o presidente Jorge Pereira.
Jorge Pereira afirmou sempre que a FECAPAF “não está a pôr em causa as medidas do Governo do ponto de vista político e ideológico” e apontou que “os pais e encarregados de educação de Famalicão estão muito preocupados e tristes”.
“São mais de 7.000 alunos que frequentam estas escolas [referindo-se a privadas e cooperativas], sem contar com potenciais novos alunos, que têm de escolher escolas novas. Existe muita incerteza. Sabemos de famílias que estão a viver um caos por terem de decidir a tão pouco tempo do início do ano letivo. Não estamos a pôr em causa o despacho, mas sim a forma como tudo está ser feito. Foi em cima da hora. Em mês e meio não se decide o futuro quando se trata da educação dos nossos filhos”, referiu o presidente da FECAPAF.
Em causa está o despacho normativo n.º 1- H/2016 de 14 de abril que surge na sequência dos cortes dos contratos de associação com os colégios privados e cooperativos para o próximo ano, um tema que tem vindo a gerar muita polémica a nível nacional com manifestações quer contra, quer a favor da decisão da tutela de António Costa.
Em Vila Nova de Famalicão estão em causa cinco escolas, o que corresponde a cerca de 34% dos alunos, segundo a FECAPAF.
“A questão é que estas escolas estão localizadas em zonas limítrofes, de fronteira, muitas famílias optam porque as escolas secundárias ficam longe, nos centros dos concelhos. As mudanças são gigantescas. A incerteza do futuro é dramática”, referiu Jorge Pereira, apontando que a federação famalicense representa cerca de 40 mil pais de alunos quer de escolas públicas, quer privadas e cooperativas.
A FECAPAF contactou diretores de escolas estatais que acolherão mais estudantes, tendo perguntado, segundo descreveu o presidente, se estão prontos para o novo ano letivo.
“Das reuniões que tivemos percebemos que os diretores dos agrupamentos não estão preparados para acolher muitos mais alunos. Percebemos que não estudaram as implicações desta medida para as suas escolas”, lê-se num texto que resume as diligências da FECAPAF.
Já Jorge Pereira exemplificou: “Uma coisa é um agrupamento ter 500 alunos, outra é ter 1.000. E só se fala em contratação de professores. Nós perguntamos por mais psicólogos, mais pessoal para acautelar alimentação, entre outros aspetos, e não nos sabem responder”, referiu.
Esta estrutura indicou que pediu há cerca de um mês audiências à Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares, bem com ao presidente da República com o objetivo de explicar as suas preocupações mas até ao momento não foi chamada.
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