FC Porto não vai poupar jogadores frente ao Famalicão a pensar no campeonato

Foto: DR / Arquivo

 A gestão de alguns dos futebolistas mais influentes do FC Porto frente ao Famalicão, na quinta-feira, na segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, iria trazer problemas, assumiu hoje o treinador Sérgio Conceição.

“Isso seria mais nefasto do que se a equipa fosse fiel àquilo que é. Somos pressionantes, incisivos, intensos e agressivos e vamos constantemente à procura de ferir o adversário. Se baixarmos um bocadinho essas características, normalmente sofremos mais e o nosso opositor ganha confiança. Quando não temos bola, alguns atletas pensam umas coisas e outros pensam outra e é uma confusão, o que já aconteceu nesta equipa. Queremos ir à procura de fazer golos e de não sofrer”, apontou o técnico, em conferência de imprensa.

Os atuais detentores do troféu tentam alcançar pela 33.ª vez a final da Taça de Portugal, que já arrebataram por 18 ocasiões, enquanto os minhotos estão a repetir as prestações de 1945/46 e 2019/20, procurando agora um inédito apuramento para a partida decisiva.

“Se, porventura, quisermos gerir amanhã [quinta-feira], as coisas dão para o torto e não passamos à final. Tenho um grandíssimo respeito pelo Famalicão, que tem jogadores de qualidade, está bem organizado defensivamente e é perigo a atacar. É uma equipa muito interessante em todos os momentos do jogo. Por isso, não há gestão nenhuma”, insistiu.

Na primeira mão, o FC Porto superiorizou-se em Vila Nova de Famalicão, com tentos dos espanhóis Iván Marcano (16 minutos), que passou a ser o defesa mais eficaz de sempre dos ‘dragões’, com 27 golos, e Toni Martínez (63), contra um de Alexandre Penetra (36).

“Não temos de pensar no jogo que passou, mas sim que temos mais um para ganhar. O Famalicão mudou oito jogadores em Alvalade [na derrota por 1-2 com o Sporting, da 30.ª ronda da I Liga], mas continuou com qualidade no seu jogo e fez uma exibição bastante interessante. Espera-nos um encontro extremamente difícil. O discurso do [treinador do Famalicão] João Pedro Sousa é que o jogo mais importante iria ser [o da final] no Jamor. Para mim, é o de amanhã [quinta-feira], que nos permite ir lá”, traçou Sérgio Conceição.

Atestando um plantel “motivado e focadíssimo” para tentar o quarto acesso nas últimas cinco épocas à final da Taça de Portugal, o treinador admitiu uma abordagem distinta da única equipa que logrou anotar um golo aos campeões nacionais nesta edição da prova.

“Temos preparado muito a nossa organização defensiva e aquele primeiro momento de pressão, mas, no jogo em casa, o Famalicão esticou constantemente jogo a partir do seu guarda-redes [Luiz Júnior] para o [Jhonder] Cádiz e raramente saiu a jogar nos pontapés de baliza. Se calhar, terá uma estratégia diferente. Não posso adivinhá-la, mas tenho de estar preparado para diferentes cenários. Eles jogaram com dois pontas de lança [juntou-se Denilson Júnior] na reta final e não sei se agora se poderão entrar de início”, avaliou.

O reencontro com o Famalicão aparece quatro dias depois da vitória caseira do FC Porto sobre o Boavista (1-0), no dérbi da Invicta da 30.ª jornada da I Liga, intervalo que existirá igualmente face ao duelo em Arouca, na próxima segunda-feira, no fecho da 31.ª ronda, encimada pela receção do líder isolado Benfica ao SC Braga, terceiro colocado.

“Estamos habituados a competir de três em três dias em grande parte do ano, até porque chegámos longe em todas as provas. Às vezes, é melhor competir a meio da semana do que não o fazer. Neste momento, olho para esta partida como a mais importante. Depois vou começar a pensar no Arouca. Se pensarmos em dois, acabamos por não estar como deve ser em nenhum deles nem conseguimos o mais importante, que é ganhar”, alertou.

Ainda desfalcado de João Mário, devido a lesão, Sérgio Conceição vai ter de colmatar a suspensão de Marcano, que foi expulso com cartão vermelho direto no jogo de domingo.

O FC Porto, vice-líder do campeonato, recebe o Famalicão, sétimo colocado, na quinta-feira, a partir das 20:30, no Estádio do Dragão, no Porto, em duelo da segunda mão das ‘meias’ da Taça de Portugal, sob arbitragem de Manuel Mota, da associação de Braga.

O vencedor vai defrontar o também primodivisionário SC Braga, que eliminou o Nacional, da II Liga – vitória por 5-0 no Funchal e empate 2-2 em casa -, na final da 83.ª edição da prova ‘rainha’, agendada para 04 de junho, no Estádio do Jamor, em Oeiras.

 
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