Residia em Rio Tinto, Gondomar, distrito do Porto, mas vinha diariamente a Braga, onde, a partir de uma casa da empresa municipal BragaHabit, no bairro do Picoto, que ocupou ilegalmente, vendia drogas a consumidores da cidade.
André dos S., de 20 anos, que está preso preventivamente, vai ser julgado em setembro no Tribunal Judicial de Braga pela prática dos crimes de tráfico de estupefacientes e posse de arma proibida.
A acusação do Ministério Público (MP) concluiu que, pelo menos desde outubro de 2024 até dezembro de 2024, o arguido dedicou-se à venda a terceiros de substancias estupefacientes, designadamente, cocaína, heroína e canábis, mediante contrapartida monetária ou outra.
Fê-lo a partir de uma casa devoluta (a casa 43), sita no Bairro Social do Picoto, em Braga, a qual se encontrava emparedada – para demolição dado estar muito degradada – pela empresa municipal responsável pela habitação social na cidade de Braga – a BragaHabit.
O arguido “procedia à venda dos produtos estupefacientes aos consumidores na casa 43 do Bairro do Picoto (complexo largamente conotado com o tráfico) e, no final de cada dia de vendas, regressava à sua residência, sita em Rio Tinto [cerca de 60 km de distância], a fim de se reabastecer e transportar novamente produtos estupefacientes para Braga, para os vender no referido local”.
Para tal – acrescenta o MP – recrutava toxicodependentes para “vigiarem” a porta de entrada e eventuais movimentações policiais.
Apanhado pela PSP
Sucede que, no dia 13 de dezembro de 2024, pelas 22:50, no arruamento do Bairro do Picoto, dois agentes da PSP, encontravam-se a fazer diligências, no âmbito de um processo em investigação na Esquadra de Investigação Criminal de Braga.
Apercebendo-se da sua presença, o arguido, que se encontrava no interior da casa, encetou, de imediato, a fuga, tendo sido intercetado, já no exterior da casa. A Polícia constatou que trazia consigo, acondicionado numa bolsa que tinha a tiracolo, três sacos contendo um total de 280 embalagens de cocaína (cloridrato), com o peso de 35,657 gramas, com um grau de pureza de 80%, correspondentes a 142 doses individuais.
Tinha, ainda, sete embalagens em plástico, contendo, no seu interior, cocaína (éster metílico), com o peso de 0,645 gramas, com um grau de pureza de 68,2%, correspondentes a 14 doses individuais.
Transportava, também, vários pedaços de canábis (resina), com o peso de 71,051 gramas, com um grau de pureza de 16,1% (THC), correspondentes a 228 doses individuais, e sete embalagens em plástico, contendo, no seu interior, heroína, com o peso de 0,618 gramas, com um grau de pureza de 3,8%, correspondentes a uma dose individual.
Os agentes apreenderam-lhe, ainda, várias notas do Banco Central Europeu, perfazendo 3.250 euros e 118 euros em moedas do Banco Central Europeu.
Trazia, ainda, no bolso direito da frente das calças que trajava, uma arma de fogo, uma pistola de calibre 6,35 mm, não sendo titular de licença nem autorização para deter a arma.
Contactado por O MINHO, o advogado que defende o arguido, João Ferreira Araújo, disse, apenas, que explanará a sua defesa em julgamento, já marcado para 08 de setembro.