Um inferno ao vivo: foi assim que Goreti Machado, antiga presidente da Junta de Nogueira, Fraião e Lamaçães, aludiu ao incêndio que na noite e madrugada de 15 para 16 de outubro de 2017 devastou o Monte da Falperra, em Braga, consumindo uma habitação, uma fábrica de torneiras e uma oficina de automóveis e ferindo de morte um dos pulmões da cidade.
As chamas que iniciaram do lado de Guimarães, galgaram a autoestrada, queimaram tudo o que encontraram pela frente, chegando ao Sameiro. “Um autentico inferno ao vivo”.
Em Fraião, as chamas “beijaram” uma urbanização com moradias de luxo, mas a única “vítima” acabou por ser a modesta casa em que João Loureiro, de 86 anos, vivia com o filho de 53.
No domingo, cerca das 20:00, João Loureiro estava “calmamente” em casa “a ver pela televisão” os incêndios que atingiam Monção e Viana do Castelo.
Face ao aproximar das chamas, os vizinhos foram-lhe bater à porta para o convencer a sair de casa, mas não foi fácil.
Outros referem que o fogo “ainda andava lá longe” mas que “em meia hora, se tanto, já estava bem perto”.
“Aquele lume todo no ar, tudo, tudo a arder, nunca vi nada assim na minha vida”, descreveram testemunhas.
A casa de João Loureiro e um anexo foram “devorados” pelas chamas.
Uma oficina de automóveis também ardeu por completo na freguesia de Nogueira, já depois da 01:00.
No interior da oficina, estavam 10 automóveis, que ficaram reduzidos a ferro retorcido.
Ao lado, ardeu também por completo uma fábrica de torneiras.