O treinador do FC Porto, Francesco Farioli, considerou hoje prejudicial para o plantel o debate público sobre a não utilização de Rodrigo Mora na jornada inaugural da I Liga de futebol, diante do Vitória SC.
O papel que o jovem futebolista, de 18 anos, poderá ter no FC Porto de 2025/26, com as alterações táticas implementadas pelo técnico italiano, tem sido um tema a marcar frequentemente a agenda mediática desportiva, algo que se intensificou após o último encontro, em que Mora não saiu do banco de suplentes.
Face ao cenário, Farioli fez questão de relembrar as saídas ‘forçadas’ de Martim Fernandes e Jan Bednarek por motivos físicos para justificar as suas opções, ainda antes de ter ouvido qualquer questão sobre o jogador, na conferência de imprensa de antevisão à deslocação ao terreno do Gil Vicente, referente à segunda jornada da I Liga, marcada para segunda-feira.
“Para colocar um pouco de ordem, quero esclarecer esta situação de forma muito clara porque o Rodrigo é um jogador muito importante para o FC Porto e para o futebol português. Não é muito saudável o que temos visto e lido. No último jogo, tivemos duas substituições forçadas por motivos físicos, foi esse o motivo para não ter entrado em campo”, justificou.
Tendo sido preponderante na última época, em que apontou 11 golos e quatro assistências, o médio criativo continuará a ter reservado para si um lugar de importância, segundo Farioli, que pede paciência para que o jogador se adapte às novas ideias de jogos.
“O Rodrigo foi preponderante na última temporada, mas também o é por aquilo que está a fazer no presente e pelo que fará no futuro. É já um jogador muito talentoso, não estou aqui para descobrir as suas qualidades, mas é jovem e precisa de se desenvolver. Gostaria que todos fossem pacientes para não criarem um ruído à nossa volta que não é de todo necessário”, pediu.
Segundo o treinador, a implementação de um sistema com três médios implica para o jogador uma saída da sua zona de conforto e a necessidade de melhorar no aspeto defensivo do jogo.
“Fez muitas partidas atrás do avançado na última época, normalmente com dois jogadores atrás do ponta de lança. É definitivamente a posição mais natural para ele. É normal que, jogando com três médios, em ‘4-3-3’, seja ligeiramente diferente. Estamos a falar de alguns metros de diferença, mas especialmente de funções diferentes, principalmente sem bola. Essa é uma parte em que claramente tem de melhorar”, analisou.
Farioli desvendou ainda alguns dos papéis que Mora pode desempenhar e lembrou ainda que a necessidade de adaptação não é exclusiva – todos os elementos do plantel têm passado por mudanças com o trabalho implementado, que rompe com a estrutura utilizada pelo seu antecessor, Martín Anselmi.
“É algo novo para toda a equipa, que nos últimos seis, sete meses jogou num sistema diferente, com outro tipo de exigências. Estamos todos num processo de aprendizagem e o Rodrigo, pela sua qualidade e compreensão do jogo, pode cobrir diferentes posições no campo. Pode ser o médio mais ofensivo dos três, mas também ser usado como extremo e ainda noutra posição que eu não vou revelar”, explicou.
Garantindo que o jogador está a trabalhar bem e que, dessa forma, certamente as suas oportunidades irão surgir, Farioli lembrou Jorge Costa, “alguém que sempre colocou o todo acima de cada treinador e jogador”, como exemplo de uma linha e legado a seguir pelo grupo neste tipo de situações.
FC Porto e Gil Vicente, duas formações que entraram a vencer na edição 2025/26 da I Liga, defrontam-se no Estádio Cidade de Barcelos, na segunda-feira, a partir das 20:15, em partida de fecho da segunda jornada, que terá arbitragem de Ricardo Baixinho, da associação de Lisboa.
