Farfetch: Empresa do vimaranense José Neves entrou na bolsa em Nova Iorque

A Farfetch é a primeira empresa tecnológica portuguesa a entrar na New York Stock Exchange (NYSE), principal índice da Bolsa de Nova Iorque.
José Neves, à esquerda, em Nova Iorque, no dia em que a Farfetch entrou na bolsa. Foto: Facebook

A empresa Farfetch, retalhista digital de marcas de luxo fundada por o vimaranense José Neves e com ligações à cidade, desde a sua fundação, entrou esta sexta-feira, 21 de setembro, na bolsa de valores de Nova Iorque, com mais de 44 milhões de ações a 27 dólares cada (23 euros).

Em julho, a empresa que emprega mais de 3.000 trabalhadores nas áreas da fotografia, desenvolvimento de ‘software’, ‘design’ e outras, inaugurou o 13.º escritório mundial, na cidade de Braga e espera um novo edifício para servir de sede em Guimarães.

Vídeo: CNBC

Hoje, em Nova Iorque, menos de dez minutos depois do início das negociações, o valor de cada ação já estava a rondar os 28,5 dólares (24,3 euros ao câmbio atual).

A primeira empresa tecnológica portuguesa a entrar na New York Stock Exchange (NYSE) é agora reconhecida na bolsa sob a abreviatura “FTCH”, cerca de um mês depois de apresentar os documentos e oficializar o pedido de cotação, em 20 de agosto.

A entrada da Farfetch na NYSE aconteceu às 11:30 de Nova Iorque (16:30 em Lisboa), com as presenças do empresário português fundador, José Neves, do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e de representantes das instituições bancárias que prepararam o processo de candidatura.

A cerimónia do toque do sino aconteceu às 09:30 locais e foi acompanhada por muitos convidados, empresários e investidores.

Na oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), a Farfetch iniciou a dispersão de capital de 44.243.749 milhões de ações a 27 dólares cada, o que excedeu o preço inicial previsto, que começou com o intervalo de 15 a 17 dólares.

A Farfetch “está a criar riqueza para o país e está hoje, aqui, a dar uma notoriedade às nossas empresas tecnológicas”, afirmou o ministro da Economia português, Manuel Caldeira Cabral, acrescentado que este facto pode “atrair ainda mais investidores para Portugal”, fazendo alusão à forma como o Governo tem ajudado os empreendedores através do programa Startup Portugal.

José Neves, fundador da Farfetch, tem residência em Guimarães e em Londres. Foto: DR/Arquivo

A Farfetch “é uma empresa que trabalha em Portugal para o mercado global (…), que está a ajudar outras ‘startup’ portuguesas (…), que está a alavancar marcas portuguesas, mas é óbvio que tem grandes marcas de todo o mundo”, disse.

O ministro lembrou que, quando o atual Governo entrou em funções, “havia quem discutisse se esta empresa já valia mil milhões de euros”.

“Agora essa discussão está totalmente ultrapassada”, acrescentou o governante.

Empresas como a Farfetch já se estão a desenvolver em Portugal, criando um “valor em termos de criação de tecnologia e de emprego muito grande”, disse Manuel Caldeira Cabral.

O ministro da Economia considerou que José Neves, fundador da Farfetch, está a ajudar na “preparação de outras ‘startup’ portuguesas, para, quem sabe, daqui a quatro ou cinco anos, estarem elas” em Nova Iorque, a estrearem-se em bolsa.

Portugal pode ser um mercado “demasiado pequeno” para “projetos feitos em Portugal, altamente tecnológicos”, que colocam o país ao lado dos melhores, declarou.

A Farfetch é uma plataforma digital de comércio de luxo, que junta mais de 3.200 marcas a mais de 935.000 utilizadores, apresentando soluções de apresentação ‘online’ e envio dos produtos.

 
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